quinta-feira, 1 de outubro de 2015

e antónio costa fez-se entender?


cometi muitos erros ao analisar esta campanha para as legislativas. um deles foi não ter percebido o discurso de antónio costa como líder socialista. para quê comparar costa a antónio josé seguro, a guterres, a sócrates ou mesmo a mário soares, se ele tem da política uma visão e um  estar muito diferente? por costa não alinhar com um discurso mirabulante a decair para uma retórica mais oca do que festivaleira? antónio josé seguro apresentava um discurso muito certinho. mais parecia um funcionário impecável e  muito cumpridor que se depara com um mundo que despede gente como ele devido a falta de resultados da sua empresa. por não ter entrado em loucuras num momento em que a direita se recauchutou com passos e seus companheiros na alteração do modelo social-democrata? sim, ele teve medo de assumir uma política de esquerda e patriótica para não sofrer apertos da senhora merkel e seu brinquedo que dá pelo nome de bce. por isso o partido socialista não sofreu grandes abalos. manteve-se à tona o que permitiu discutir o poder representativo (?) taco-a-taco  com a direita. os socialistas queriam mais. mais luta e definição, pois estavam a ver passos e cds a crescerem e a cavalgarem numa onda do tipo "cavaco 10 anos" que tomou o nome para a história  de cavaquistão. faltava alma ao ps e é aqui que os socialistas começam à procura de um campeão tipo lutador. género animal político... à sócrates, melhor dizendo, para substituir o anémico e pálido seguro. e todos os olhares convergiram para costa em termos formais e não de conteúdo. costa é homem de realização e todo o seu discurso é escudado por esses antolhos. costa não faz flores na narração como por exemplo o quase intelectual jorge sampaio que sempre que se lhe apresenta uma oportunidade começa a  fazer versos.  " há mais vida para além do défice!" estão lembrados? mário soares aliava o modo como expressava o seu pensamento com uma descontração corporal imbatível. soares é um verdadeiro intelectual no sentido político do termo. antónio costa é diferente e foi isso que eu não percebi. o modelo dele é a força com que vai ao combate no terreno. procura sempre trazer à baila o seu contributo na câmara de lisboa. é justo que o faça dado que portugal é ainda lisboa sendo o resto paisagem. sim, é tempo de deixarmos de discursos e arregaçar as mangas. a seguir irei escrever sobre a prestação de passos coelho que se passeou pelo país como seu legítimo credor.
mmb

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