terça-feira, 23 de setembro de 2014

independência dos açores: sim ou não?



III parte

antes de recomeçar  com estes textos escritos com a liberdade que as democracias permitem, devo dizer que me sinto um açoriano mas de grandes espaços. quer estes sejam geográficos ou neuronais. algo aborrecido dado que a ilha onde nasci é pequena e quando vivo nela dá-me para fugir nem que seja para o seringueti. dito isto, vamos ao que interessa (se é que interessa)... porquê, antes de me posicionar sobre se os açores devem ou não ser independentes estar a caracterizar comportamentos e desvios? é como eu sou. não vale bater no anão que ele não vai crescer. vai mas é fugir. quando os ventos da revolução caíram por cima de uma sociedade como a nossa, uma espécie comunidade apolítica,  ficámos todos despenteados. ai daquele que se atrevesse a falar em comunismo. não eram os políticos que nos chagavam a cabeça com os perigos do comunismo. eram os sacerdotes da religião oficial. e isto porque os comunistas tinham como objetivo acabar com o chamado ópio do povo. no período da primeira república que teve início a 5 de outubro de 1910, houve uma série de proibições aplicadas aos membros da igreja tendo chegado até um tal afonso costa - ministro da justiça - mandado prender bispos e cónegos. um horror! se ainda hoje o povo português vai aos arames quando o bispo retira o seu pároco das suas ermidas e o reenvia como encomenda para outra freguesia, que levante não foi  naquela época ver os seus mentores e pregadores de paraísos além nuvens serem apedrejados e presos? um medo se esticou por todo o país. proibidos até de se vestir à padre , os próprios padres. chegou o comunismo nas asas das gaivotas e enfeitado com cravos vermelhos. o povo dos açores era pobre e anticomunista. vou intercalar aqui um episódio que se deu na década de cinquenta em ponta delgada. uma pessoa que eu conheci e pelo qual tive estima e apreço porque me parecia ser boa pessoa esteve presa durante 4 anos sem mais aquelas. foi denunciada por não alinhar com o estado novo. nem sequer era comunista, vejam só. depois de solto, o tal senhor, vivia aterrorizado só com a ideia de voltar à prisão pois estava sempre a ver bufos por todo o lado. aliado ao espírito anticomunista dos camponeses havia ainda um grande óbice para que singrasse a ideia de coletivização: os campónios eram mais  extremamente ciumentos só com a futura ideia de posse da terra e tarecos do que os próprios ricos. a ideia de posse estava muito arreigada naquelas cabeças. pobre odiava o comunismo! pode? é perguntar ao engels dado que karl marx está deitado com a criada de quem teve um filho e que o amigo apadrinhou. e se estaline estivesse ainda vivo diria que matou mais camponeses devido à sua sede de propriedade do que a burguesia. pode? entonces que sim! passados 40 anos sobre a tentativa de "construir" um novo homem a coisa deu para o torto. o estado foi infiltrado e dominado por verdadeiras quadrilhas que em vez de se preocuparem em fazer sair o português da pocilga onde afocinhara qualquer coisa como há 800 anos mais não fizeram do que tratar dos seus próprios negócios deixando o português enganadamente mais contente, pois deram-lhe a possibilidade de se endividar na compra de casa, carro e frigorífico. o dinheiro desapareceu fugindo para o bolso das matilhas e o pobre acordou. olhou para si e viu-se pior que estragado. os açores, agora falo deles, são uma região com habitantes descendentes de portugueses e de outros povos da europa e norte de áfrica. são um tipo de caboverdiano mas a puxar uma coisita mais para o claro. fica para outra ocasião comparar a independência de cabo verde com a não-independência dos açores. pela ordem lógica era de prever que os açores e a madeira se tornassem independentes como as outras possessões portuguesas por este planeta fora. arquipélagos deram o fora da administração colonial portuguesa cumprindo-se assim um ciclo de liberdade. como sou português do império custou-me ver o meu país desintegrar-se. mas os fascistas não acompanharam o andar dos tempos. podiam ter entregado a orientação política das colónias aos seus legítimos e antigos donos e poderiam ter evitado a fuga dos portugueses de tudo que era terra ocupada à força por eles. fugiram como bandidos esclavagistas. fascista burro é pior que vinho verde aquecido. os açorianos, graças às pedras da calçada não tiveram que alinhar no êxodo nacional. deixaram-se ficar e continuaram a ser governados do exterior. até que está bem! banana não se pode governar tem de ser interditado. porém, o açoriano é um banana especial. estão a ver os escoceses e a escolha que fizeram ao votar para ficarem sob as patas dos ingleses? açoriano sabe que 80 % da sua população vive à custa do estado português e que se se tornasse independente a coisa ia pisar-lhe os calos. quem garantiria que o estado social escocês iria manter-se como está à custa dos ingleses? hem? e quando acabar o petróleo do mar do norte? eh pá, pelo sim pelo não mais vale o não que é mais seguro! os açores optariam para que sim ou para que não? o povo dos açores não é todo igual. há gente que gosta de ter na mão o seu destino e não abdica disso. um povo é isso mesmo. é ele que o determina. no caso dos açores a coisa até cheira mal. desde o 25 de abril de 74 que os governos portugueses vão de mal a pior. os governos portugueses que condicionam a vida dos açorianos estão pejados de gente que está a contas com a justiça e na mira dela. há de tudo, sobretudo ladrões e trapaceiros. basta ler nos jornais e ouvir os telejornais para confirmar esta tristeza. esta gente pode governar povos à distância? claro que pode! e esses povos quem são? micaelenses e outros que tais. ah! sim uma cambada de bananas. mas cuidado! os micaelenses são descendentes de portugueses que durante 60 anos se venderam aos espanhóis pois a coisa estava a dar lucro. quando a mama acabou ao fim desses anos todos eis o amor à pátria e à nação a voltarem ao seu sítio. até el-rei dom antónio prior do crato se voltou no túmulo. eu não gosto de ser governado de longe e sobretudo por sacanas. mas isso sou eu que penso pela minha cabeça. a quem acusaram de ter menos um parafuso. e sou eu alguma carroça para precisar de parafusos? anda por aí cada carroça com todos os parafusos. e carroça serve para ser puxada por cavalo, mula ou burra conforme os casos.
mmb

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