quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

trabalha em quê, senhor primeiro-ministro?

a minha  avó dizia-me muitas vezes que tomasse um lápis e uma folha  e os usasse para me aproximar da realidade. em memória do método da minha avó arranjei papel e caneta para tentar fazer contas acerca do tempo que o senhor primeiro-ministro passos coelho dispensa na tarefa que lhe coube ao ser o líder do partido mais votado pelo povo eleitor (também composto como é óbvio por pensionistas ). seguindo os telejornais, rádios e as estações televisivas adstritas às notícias, o senhor pedro passos coelho está prática e sistematicamente a mover-se de um lado para o outro. mais parecendo um arafat  que por "motivos políticos" tinha de dormir aqui e ali, não fosse algum balázio enviá-lo para junto das 70 virgens. o caso de passos é diferente e também não estamos em 1908. ele ora está reunido com os seus comparsas europeus viajando à plebeu emigrante, ora está a pregar para jovens crédulos (idiotas por ofício e herança) em seminários cultuais por essas casas do psd, país fora. escolas, briefings, enterros, jantares, lá está ele. há ainda o tempo que passa quinzenalmente na assembleia da república a fim de botar figura e faladura. prepara, naturalmente o que irá dizer pois não é nenhum crânio de excelência. tudo isto são horas e horas gastas nessas partes. as outras partes como beber, comer, fazer a barba e outros esforços localizados em casas de banho, etc., fazem parte do seu metier. coitado nem tempo tem para ler jornais. ah, mas tem os capelas que lhe levam as notícias ao ouvido acerca das greves   diárias e de outros modelos de estar das massas trabalhadoras. massas trabalhadoras? ao tempo que não ouvia tal epitáfio. eu sei que o termo não é epitáfio, mas ocorreu-me. também encontra tempo para fugir pelas traseiras de edifícios para não encarar o berreiro dos pensionistas do estado que quer reduzir à esfera dos protegidos da rainha santa. não leu um livro desde que tomou posse do lugar deixado vago por salazar.  salazar lia muito sobretudo o que dizia respeito a santa teresinha de ávila. passos também não escreve. não tem inclinação para aquilo que gaspar simões dizia ser a ara dos vazios: "a imaginação psicológica não é o forte do português. que outra razão invocar capaz de justificar a pobreza da nossa literatura de ficção." claro que gaspar simões não diria hoje o mesmo... mas de passos tal confirmaria.  passos é como todos os políticos: mentiroso. tudo o que diz é mentira. e quando diz a verdade? quando diz a verdade mente, pois se é mentiroso. valha-me zenão!!! mas como é que se pode dizer que mente se ele não escreve. mas  fala. falando passos torna-se culto. fala bem e congemina muito bem os sintagmas nominais com os sintagmas verbais. tem pose.  aprendeu a falar para as câmaras. é muito seguro no que diz. mente com verdade. lá está zenão a dar cabo do meu pensamento moinante. ah, também faz chichi e nisso perde por dia uns bons 32 minutos, incluindo as sacudidelas da praxe. bebe muita água por causa dos rins. médico indicou. dorme pouco - 7 horas - mas sempre acompanhado. tempo é tempo e tudo serve para somar pois os objetivos deste texto é informar o tempo que passos coelho "gasta" com a governação do país. acrescentemos as falas familiares, pois como chefe de família sempre prega a sua homilia ou preleção. do que consta não tenho possibilidade de confirmar pois ainda não sou espião. é apenas um cálculo. e o tempo que gasta ao espelho a olhar a calva premonitória. eh pá, este homem, se trabalha, trabalha pouco. e não foi ele que aumentou a carga horária de trabalho dos funcionários públicos? se eu tivesse percebido o quarto paradoxo de zenão (não sou suficientemente inteligente para o entender) diria que passos o resolveu e bem. tanto  é assim que o vai aplicar ao país. termino por aqui. hoje, sinto-me bem. sinto-me mais  pensionista do que nunca. e sabem porquê' porque este cocório que o poveco elegeu para são bento ainda não me obrigou a mim e aos meus colegas de banco (de jardim) a usar a estrela-símbolo  da cga no braço para que todos nos olhem como os causadores do descalabro da nação portuguesa. isto se alguma vez foi nação fora do intervalo salazarista...
mmb
 

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