sábado, 5 de janeiro de 2013

da história militar portuguesa: alguns resquícios, infantilidades e imbecilidades

os militares colocaram salazar no poder e depois vigiaram-no até muito depois da sua morte. isto é, salazar feito zombi através de marcelo caetano. quando aqui se referencia a palavra militares é bom que se esclareça que se trata de militares a quem o poder através das armas obedece. salazar entra para o governo a convite de certos militares que queriam pôr cobro aos desvarios da "democracia parlamentar" que desgovernou o país de 1911 até 1926. de 1926 a 1928 os militares aprenderam que não se deviam meter nos assuntos da política, por ignorância pura e simples e por falta de reflexão. é aqui que entra o prof. de coimbra que patrocinava um "método" de saneamento das contas públicas. carmona um general de direita convida-o. e é sob a sua batuta que salazar se transforma em tudo aquilo que os militares desejam para colocar o país debaixo de uma ordem cívica. houve  destemperos de parte de algumas franjas do exército que apercebendo-se do rumo que a política levava (para uma ditadura) se revoltaram. foi uma espécie de grito abafado. o grosso das forças armadas não estava para aí voltado. o velho bode de coimbra tinha o faro aperfeiçoado e foi-se sempre colocando ao lado dos mais fortes. depois da morte de carmona, é indicado (nomeado) um outro imbecil tão inculto quanto ele para "ser eleito" presidente da república. de seu nome craveiro lopes, militarão e plebeu. no seu consulado teimou em meter-se na política que competia à governação e salazar cozeu-lhe (em lume brando) uma intriga entre militares e ele foi à vida. teve uma morte esquisita tão esquisita quando a de adelino amaro da costa. veio a substituí-lo uma fera inócua da extrema-direita. o mesmo é dizer amante da ordem que tinha sido imposta ao povo ignaro através de um plebiscito em 1933 e que ofereceu ao país uma constituição que capava a elite intelectual bem rente às virilhas. salazar nunca governou contra a tropa. e se o caso delgado deu alguma pista, isso não passou de uma grande mentira. delgado ficou isolado porque as velharias não queriam modernices. apesar de general do estado novo bastou querer retocar por dentro o salazarismo para cair em desgraça. mexer no salazarismo era o mesmo que mexer nas forças armadas. certo dia salazar meteu-nos numa guerra em áfrica: para angola e em força disse o saudoso ditador depois de no norte de angola ter havido um massacre de populações europeias pelos movimentos nacionalistas africanos. como seria possível arrastar as forças armadas para uma guerra sem estas o terem forçado a fazê-lo? impossível! as forças armadas cometeram um erro de apreciação. tinham ainda na memória a vitoriosa campanha de mouzinho de albuquerque e a acção amalucada de paiva couceiro (leiam vasco pulido valente) que não só limparam a áfrica portuguesa de rebeldes como se atreveram a trazer enjaulados os reis indígenas que depois de apresentados na metrópole como símios tapados nas partes baixas foram recambiados para as ilhas então adjacentes (adjacentes de quê? já morreu quem poderia responder). entre a guerra de mouzinho e a de sessenta (sec.XX) vai toda uma diferença. os indígenas estavam agora armados, treinados e apoiados internacionalmente. os militares apesar de algumas vitórias no terreno baixaram os braços e procuraram através dos políticos do regime uma solução. os políticos do regime forjados pelos militares eram uma corja de imbecis sem capacidade de reflexão. reflectir implicava ser-se perseguido pela pide que os militares congeminaram a sua criação. os militares nunca deixaram de colaborar com ela. repare-se que até o segundo presidente da república (costa gomes) após o 25 de abril recebera uma medalha de mérito da pide/dgs, quando era chefe de estado maior general das forças armadas. era o sistema e era o modo como o regime se movia para se manter. ah, e era um militar quem chefiava a polícia política. ah, e eram os militares quem fazia a cobertura dos fuzilamentos que os pides levaram a cabo na pessoa dos revoltosos (vejam joaquim furtado), durante o período de luta pela emancipação dos territórios ultramarinos. bem, adiante. os militares fizeram e desfizeram o estado novo no tempo em que  portugal era um país independente. depois de terem permitido a inclusão do regime democrático remeteram-se aos quartéis e foi o seu fim   hegemónico. os civilistas a quem ofereceram o poder puseram-se ao serviço do capital e procuraram decapitar as forças armadas tornando-as uma espécie de polícia especial ao seu serviço. tiveram êxito, pois hoje, as forças armadas obedecem cegamente  aos políticos ao contrário do que se passou durante os séculos  atrás, onde tinham uma palavra a dizer quanto ao futuro colectivo. a tudo isto que aconteceu às forças armadas de portugal e da europa comunitária  não estão inocentes a inglaterra e os estados unidos da américa do norte. a europa não tem hipótese de se opor às imposições destas duas potências. a europa está desarmada e incapacitada para fazer face a um conflito armado de grande nível. a frança é uma grande potência nuclear. pois! pois! há-de servir-lhe de muito quando enfrenta uma convulsão interna suicida. veja-se o que nos últimos vinte anos aconteceu: fomos todos empurrados para a guerra deles. até o barroso do mrpp, representando portugal e mais tarde  como "chefe" da  europa comunitária (cargo que ganhou devido ao seu servilismo parolo) nos colocou ao serviço daqueles dois gigantes do expansionismo imperialista. é pena que assim seja, é que para chegarmos ao ponto de termos perdido a nossa independência como pátria, foi preciso primeiro transformar as históricas forças armadas num pastel de belém. a quem pode o povo português recorrer para pôr cobro a este caminhar para a desgraça? os capitalistas e os lacaios internos que se instalaram nos órgãos de soberania têm as costas quentes. já nada nos pode salvar. bem, só uma repentina loucura colectiva. eh pá, sejamos loucos, tão loucos quanto aqueles malucos que se puseram mar dentro para apertar os quilhões do adamastor. vamos afugentar esta corja para a madeira tal qual os capitães de abril (heróis pouco inteligentes mas afoitos) fizeram a marcelo, ao moreira batista e ao almirante américo. vamos a isso enquanto somos portugueses
manuelmelobento

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