terça-feira, 26 de junho de 2012

o marquês de pombal não passou de um facínora


o ano passado, na feira da ladra, resolvi trazer 19 livros do camilo para ler nas férias permanentes que usufruo desde que me reformei da mais velha profissão do mundo (a mais velha profissão do mundo foi a de professor. então não estão lembrados da serpente dizer a eva para meter o bedelho na árvore da ciência? a serpente foi o primeiro mestre. só a seguir é que demos conta da prostituição. na altura não havia dinheiro em circulação. só matéria prima. a saber: trigo e couves e peças de caça. tudo para a troca. ora, adão e eva tiveram dois filhos. um que a igreja de roma trata como filho de puta e o outro de nome abel. este era - pelo contrário -  um rapaz bem intencionado. ora, para haver descendência era preciso que eva fornicasse para ter filhos com os próprios filhos. bem, encurtando linhas: prostituiu-se por dois alguidares de trigo e uma coderniz apanhada pelo caim. se não foi assim, então tiveram mais filhos fêmeas o que vem dar em incesto. os textos sagrados não falam em filhas. eu estou a dar um jeito. se não foi a primeira a vender o corpo foram as filhas que não tivera... depois deste preparo vamos ao que interessa: eh pá, fartei-me do camilo castelo-branco ao sexto romance. cansei-me, embora camilo seja sempre camilo. ia tentar acabar "a queda de um anjo", mas entretanto, o cientista joão magueijo deu para escrever o seu segundo livro (uma verdadeira obra-prima "o grande inquisidor" que manifestamente recomendo sem estar a querer roubar o lugar ao professor dos sábios domingos, isto considerando o neutrino  um tema interessante) e eu saltei para outra cabeça que aprecio muito. desculpem este tipo de trecho aqui colocado. é só para dar uma de pongídeo intelectualóide. e é nesta qualidade que quero ser considerado. o poveco e outras excrecências da comunidade humana estão sempre receptivos a dar crédito aos mentirosos, troca-tintas e quejandos, desde que estes usem fato e gravata e sejam políticos ou padrecas. nada a fazer. poveco é poveco! a porra toda é que é o poveco que alimenta todo o mundo. e é ao poveco que depois de alimentar tudo que mexe  ainda lhe sacam o sangue. dê sangue e seja patriótico. ah, depois certos quadrilheiros vendem-no para fora do país. tá? estou sempre a fugir ao tema. ah, já sei! vejamos: sabendo que grande parte da população trabalhadora (activa) ganha uma miséria, coloquemos este problema ao teórico que chefia as finanças. já nem vale a pena falar para passos. um homem que não demite um ministro envolvido num escândalo de espionagem. ( ah, estamos em portugal. porra, nunca aprendo!) não merece credibilidade. prof. vitor gaspar; vamos ao problema: 485 euros é quanto ganha a maioria atrás referida. se estes desgraçados depois de pagarem as despesas relativas a renda de casa, água, luz, gás, transportes para se deslocarem aos locais de trabalho ficarem com algum para os alimentos, acha que eles irão comprar produtos nacionais? se o fizessem só se poderiam alimentar durante 20 dias (apertados). claro que para sobreviver recorrem a coisas mais baratas, como sejam batatas da holanda, alhos da china, azeite espanhol, carne da argentina, trigo da américa. eh pá, comprando produtos estrangeiros não morrerão de fome, por que saem mais em conta! agora pergunto, em alternativa a esta desgraça que pretende o governo da nação -  legitimado pelo voto do poveco - fazer? recriar os impostos aduaneiros para proteger o produto nacional? investir num sector que nunca supriu as necessidades de portugal? o poveco quando compra roupa, trapos e talheres dirige-se aos chineses. faliu a agricultura, faliram as fábricas de tecelagem. talheres e louças chegam às toneladas obrigando ao fecho das respectivas fabriquetas nacionais. se o dr gaspar das finanças andar a pé pelas cidades vai notar a  morte destas. olhe os espaços que antes tinham vida. olhe para os restaurantes onde a plebe comia e assente no seu cardápio mais esta desgraça. o senhor e o seu governo não têm capacidade para pôr um fim a isto: a esta desgraça. o que acontece é que quem anda no terreno e sente a terra a esfarelar entre os dedos sabe que já não nos conseguiremos levantar. portugal está hoje para a europa assim como a antiga colónia dos açores tornada autónoma está para portugal continental. explico: os açores para se manterem como parte integrante de portugal abriram mão da sua independência, perdendo personalidade política. portugal criou uma economia fictícia para as ilhas, isto é, o estado passou a ser o patrão, o empregado e o fornecdor. os açores passaram a ser o exemplo de um regime socialista mantido pelo orçamento português. emprego público rondava os 80%. explico: criaram-se montanhas de miniministérios (secretarias), direcções regionais, departamentos de todo o tipo onde só as pulgas não conseguiram passar por funcionários públicos. uma universidade  estatal em cada ilha ( não foi bem assim, mas em três delas ainda rastejam por lá). hospitais, escolas, habitação, estradas e mais um fartar de dar. era só pedir por boca e já está. bem, a verdade é que nos açores nem um par de cuecas era lá produzido. estão a ver o mesmo por cá? claro! os açorianos tinham tudo. ah, até uma assembleia legislativa que só tinha direito para legislar  sobre o trânsito intestinal dos açorianos. nem mesmo isso era seguro, pois tinham de contar com a possibilidade do veto de belém. portugal está na mesma. as leis que o seu legítimo governo impõe para serem aprovadas na assembleia da república têm de estar de acordo com os novos patrões a quem o país se vendeu. senão não há pão, não há queijo, não há carne, não há gasolina, não há aquilo que faz cantar os cegos: pilim. e portugal implodiria sem dinheiro. não sei se estão a ver a malta dirigir-se às caixas do hipers e dizer assim: cartão não tem fundo, carteira não tem trocos. a menina dá fiado? pode pôr na conta? estão a ver o país parado e cheio de fome? nos açores dar-se-ia o mesmo se portugal fechasse a torneira da mama. lá iam os açorianos para a independência. não se quer! que assim está tão bom! e portugal? não  se quer independência!(*) onde iriamos  arranjar o dinheiro para pagar os funcionários públicos de todos os níveis? (desde o presidente da república, passando por aqueles que a malta sabe o que fizeram e ainda estão a fazer). as importações que fazemos para nos mantermos vivinhos e arranjadinhos; onde ir procurar o dinheirinho para calar a boca a quem nós o sacamos? nada de independências que isso nos obrigaria a trabalhar e a mandar para o olho da rua os grandes malandros que se infiltraram nos corredores do poder e do dinheiro do estado. eh pá, nunca mais chego ao marquês. tenho de adiar. sabem, é que li um texto (1903) de camilo sobre pombal no centenário deste facínora. realmente quantos mais crimes se comete mais alta é a estátua. fica para a próxima ou então procurem no camilo.
ps: que porra de texto escrevi. estou a perder a mão. o dedo, ainda não...
manuelmelobento
(nascido na antiga colónia portuguesa (açores) hoje região autónoma)
(*) - portugal perdeu a sua independência. basta ler o tratado de lisboa (eu disse ler) para concluirmos que um país que não tem moeda própria, não manda nas suas forças armadas (não pode meter-se em guerras sem autorização da comunidade), não tem política externa definida a não ser a que é cozinhada pela união europeia, não tem fronteiras, não pode expulsar bandidos que assaltam diariamente os bancos, as ouriversarias, as estações de serviço. ah, quando apanhados não vão presos. bem, mas ficam obrigados a visitar a esquadra da psp mais próxima da sua residência nos dias tais e tais... não posso mais

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