segunda-feira, 25 de junho de 2012

escrever sobre política à portuguesa e ao mesmo tempo ver televisão. não é difícil. não!


cavaco e passos estão ambos sujeitos a ser apupados onde quer que apareçam. gritos histéricos, compungidos, dolorosos, asfixiantes, tonitruantes e outros de estilo aguardam os representantes de dois órgãos de soberania. ah, o ministro das finanças (quando aparece) e o prof. álvaro (quando abre a boca) também (quando reconhecidos) sofrem deste tipo de manifestação popular. estes apupos premeiam - como não podia deixar de ser - o esforço de cada um para resolver a crise que tem origens profundas e históricas. estou a lembrar-me de quando dom afonso henriques (o primeiro caloteiro nacional) ficou de pagar quatro onças em ouro ao papa. nunca chegou a cumprir a promessa, estávamos no século XI depois de cristo... ninguém se atrevia a gritar e a proferir apupos ao rei da nacionalidade porque isso podia implicar ficar sem a cabeça. nestes tempos modernos - onde impera a democracia - vai tornando-se hábito amandar grandes bocas aos maus governantes. se eu questionar o cronista luis marques guedes do psd, ele afirmará que se trata de  bons governantes (escreveu no cm de hoje). se me puser a ouvir o comunista jerónimo certamente que a opinião dele não coincide com guedes. dirá que passos não passa de um opressor da classe operária e do povo em geral. já o be pela boca de louçã dirá de passos o que o vampiro diz das mamas da gina lollobrigida que se encontra no museu de madame tussauds. estamos, pois, perante uma visão clubista da política? para alguns, até posso aceitar que assim seja, mas para mim a coisa é muito mais séria. cavaco, passos e os seus dois acompanhantes não estão à altura de poder resolver os problemas nacionais. o ps encontra-se neste mesmo rol, mas na prateleira dos passivos. quanto aos dois restantes órgãos de soberania que dão pelo nome de assembleia da república e tribunais, escapam a este singular modo de manifestação (juizo posterior) por serem muitos e muito pouco conhecidos. eu, que até leio jornais, não sei quem são, à excepção daqueles que os ocs promovem. ah, gosto do juiz rui rangel. mas este é um caso à parte, pois trata-se de uma cabeça fina que se perde num imenso oceano. vaias e apupos estão na ordem do dia. o poveco ingénuo está a ficar esperto na torre de controlo. reage quando lhe tiram os postos de saúde. até vem para a rua com as ameaças do desaparecimento de tribunais feitas pela ministra loura do governo. façamos o seguinte raciocínio. no tempo do general eanes, de mário soares e até do irmão do professor daniel sampaio os presidentes da república eram respeitados e ovacionados pela população. bem, tirando os socos que soares levou na marinha grande, claro. mas estão justificados pois o pai desta democracia (não temos outra) andava a pedir votos e alguém confundiu votos com sopapos.. havia respeito ainda há pouco. os primeiros ministros até sócrates eram reverenciados como se tratassem de bispos católicos aquando de peditórios em prol dos pobres. hoje é vaias para aqui, apupos para ali. que falta de respeito pelos nossos maiores. bem, vamos ao que interessa que esta conversa está a ficar mole. tomemos por evangelho a boca de cavaco: não se deve exigir mais àqueles que estiveram sujeitos a tanta sacanagem (a interpretação é minha tanto quanto possível, pois cavaco mede as suas palavras como se estivesse a fazer uma declaração de amor na juventude e creio nunca ter dito um palavrão na sua vida de elegância burguesa). saltemos para as palavras do ministro das finanças: enganei-me na área da receita. e passos disse: talvez seja necessário atacar mais os desasjustamentos. isto significa mais impostos a caminho para os mesmos. isto é, os que trabalham. cavaco percebe que a corda não pode esticar mais e que o desemprego continuará e que o estado  pedirá mais dinheiro para poder pagar subsídios de desemprego. as empresas estão a desaparecer porque não se aguentam. paulo portas disse que as que não singram devem ser pura e simplesmente apagadas. outro que enlouqueceu. este país é um país meio rural meio urbano. o país está dividido. na área rural a economia difere em muito da que se manifesta  nos grandes centros urbanos. o estado não controla a parte desertificada. e esta representa muitos milhões de portugueses. a maior parte está a sobreviver na base das pensões de velhice e do que retira do cultivo da terra para não morrer de fome. esta economia do tempo da maria da fonte só pesa na segurança social. a grande crise está à volta de lisboa e porto e mais algumas cidades do tipo guimarães, coimbra, setúbal e pouco mais. a cintura industrial das grandes cidades já era. o país endoidou na importação de bens de primeira necessidade como nos de segunda. sabe-se que grandes casas se mantêm na base de exportação dos seus produtos. e se vêm a público os seus êxitos são para enfeitar o plano de fundo. digo isto porque os números dos que diariamente ficam no desemprego é oficialmente assustador. este governo parece que permite a facilidade de despedir para oferecer aos "empresários" bons lucros mas por outro lado individa o estado com os subsídios dos que vão para fileira dos despedidos. se a economia não inverte esta tendência nós vamos enfrentar uma guerra entre civis (digo assim para não assustar com a terminologia técnica de guerra civil). não é com esta gente que vai haver retoma. podem escrever. ainda estamos  a tempo de voltar ao esudo antes da tal revolta que os mais "videntes" estão a perspectivar. temos de voltar a ter de consumir coisas necessárias, temos de ter vencimentos reais, os nossos ricos vão ter de ser menos ricos, os juros dos bancos terão de se adequar aos fracos vencimentos da malta. os bancos não podem pôr na rua milhares de famílias só porque não têm dinheiro para pagar os altos compromissos que subscreveram no tempo da conversa fiada. não há outra solução. isso de passos coelho incentivar a malta a emigrar não pega. todos nós sabemos que quando se emigra se vai fazer aquilo que os que nos recebem não querem sujeitar-se. limprar latrinas é uma das tarefas que calha. emigra tu ó sacana! quer dizer, que milhares de jovens que escolheram comunicação social e a leccionação como profissão de futuro (para não falar de outros) se transformariam em jornalistas e professores nas terras que os acolheriam. não me façam rir. temos é que resolver os nossos problemas e não esperar que outros (almas caridosas) nos venham dizer como nos devemos comportar. vivíamos num galinheiro e os nossos políticos fizeram-nos acreditar que estávamos instalados em hotéis de 4 ou 5 estrelas. havia que meter na cadeia quem tem mexido no erário público. eu queria ver a ministra a arregaçar as mangas e ordenar às polícias e procuradores do magistério público a ir à caça desses bandidos. é que esses bandidos transformaram portugal numa grande superfície comercial onde se fartam à grande. fora desses espaços temos os bandidos da violência física para os quais não há polícia que lhes pegue nem tribunais que os fechem o tempo correspondente ao mal que fazem. disseram alguns jornais que alguns dos bandidos das "grandes superfícies" (atrás referidas) enfiaram dinheiro nos partidos portugueses. será verdade. eu não acredito. diz o doutor medina que não há nenhum gatuno que vá parar à cadeia (tvi 24 horas em cima desta redacção). será?  bem, já não sei o que escrevi, porque estou com um olho no texto, outro na televisão e o outro na carteira onde tenho uns trocos e as fotos dos nossos maiores filhos da nação. acabo por aqui.
manuelmelobento
(nascido numa antiga colónia portuguesa, agora transformada em região autónoma)

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