quarta-feira, 27 de junho de 2012

não só assassinou os távoras e parentes como enforcou vinte e tal agricultores. safa, seu marquês!


despotismo iluminado do século XVIII foi praticado em portugal na base do assassinato. a fundação da região demarcada do douro (a primeira no mundo, dizem) criada pelo famoso marquês de pombal custou a vida a dezenas de viticultores do norte que não aceitaram arrancar as suas vinhas para obedecer ao plano estipulado. o nosso homem foi ele próprio como secretário de estado ao porto para assistir ao enforcamento in loco dos desgraçados. hoje, o nosso secretário de estado, designação que foi alterada para primeiro-ministro, também vai aqui e ali dizer que do futuro nacional não tem certezas mas que é preciso apertar. nós já sabemos o que isso significa. não dói tanto quanto um aperto nos tomates, mas que chateia lá isso chateia. ficamos sem dinheiro sempre que ele bota a boca no microfone. ao contrário do sebartião josé, que sempre que falava alguém ficava com o pescoço bem apertado. como é que um escroque e arruaceiro como sebastião josé de carvalho e melo que vivia num terceiro andar numa lisboa setecentista chegou a companheiro nos crimes de dom josé, rei absoluto? não sei, nem acredito no que contam. há uns anos atrás li "o marquês de pombal" de um tal mário domingues (afecto ao estado novo) e fiquei agradado com a figura do marquês. tinha 12 anos. o que é que se esperava. já com pentelhos e crescido fui-me apercebendo que a história é sempre escrita pelos que mandam. perdão pelos que a mandam escrever. é como hoje em dia. temos a informação em cima da hora, mas. há sempre um mas como dizia uma criada de quarto que me ajudou muito nas primeiras punhetas. vemos tudo em cima da hora e há quem  ainda distorça a história. volto ao marquês. este tipo era escorraçado de tudo que era social. não tinha entrada nos salões da fidalguia. não tinha estaleca. por isso criou um ódio feroz à nobreza festejante. criados da alta nobreza foram catapultados no posto de capitão, ao passo que sebastião - que queria fazer carreira de armas - nunca passou de cabo. o nosso homem às tantas é colocado numa embaixada e depois de ter morrido o secretário de estado foi nomeado como tal. eh pá, também não se constroem fortunas de um pé para a mão? dom josé I era rei mas tinha pouco poder e pouco dinheiro. precisava de um testa de ferro para poder arranjar mais algum. parece-me que dom luís da cunha intercedeu a favor de sebastião josé referenciando-o como um possível bom filho de puta. e foi assim. se não foi, passo a ser mais um mentiroso a querer dar uns toques de historiador de bancada. o sebastião centralizou toda a economia e como resultado obteve um estado rico (rei rico, queria dizer) enquanto o povo continuava pobre, o que aconteceu até ao 25 de abril passando sobre o cadáver do estado novo onde permaneceu pobrezito e incólume de riquezas. eu digo que o povo ficou rico pois  a partir da revolução dos cravos começou a haver casas de banho nas casas portuguesas. o povo habituado a defecar no mato passou a fazê-lo dentro de casa a qual  fora permitido apropriar-se , individando-se. foi sol de pouca dura como se pode verificar nos dias de hoje. a maior parte dos empreendimentos que realizou o marquês abriram falência. era uma economia feita à base dos monopólios. com o arrecadar de impostos o marquês passou a ser considerado um tal homem. depois foi favorecido pelo terramoto. reforçou o poder que tinha sobre a sociedade rural que era e é ainda portugal. com a matança dos távoras e companhia dom josé pôde finalmente governar sem obstáculos. claro que dom josé tal como o marquês foram  assassinos e cúmplices. quando dom josé morreu o marquês não foi incomodado tendo morrido aos 82 anos confortado com os melhores sacramentos da santa madre igreja que nunca o condenou. pudera, também ela mamou e do grande. ah, ele fez o favor de tratar a inquisição de modo a que esta não obstaculizasse o poder secular. acho que é assim que se diz. afinal, quem beneficiou com a criação da região demarcada do vinho do porto? os ingleses, está claro.  por que razão são sempre considerados grandes homens da história os grandes filhos de puta que representaram estados autocráticos? isto está mal! que venha o marquês outra vez! quem diz isto é o poveco, o mesmo a quem o marquês fodeu a vida. o poveco é estúpido? eu já o disse: é-o certamente. salazar ainda há pouco tempo foi eleito o português do século. porquê' isso pergunto eu? então o homem passou o tempo que geriu portugal a foder-nos. não admitia crítica à sua obra. mandava prender quem a fizesse. tornou os portugueses de cor das colónias seres humanos de segunda. para as colónias só se podia ir com carta de chamada. não havia colocação política que não fosse autorizada por ele e seus capangas. havia fome em toda a parte (menos nas mesas de uma certa classe) e ele impedia que se emigrasse para que a mão-de-obra  ficasse ao preço da uva mijona. quem pedisse mais uns trocos pelo trabalho prestado levava balázio da gnr da altura. os pobres que quisessem estudar tinham escolas de segunda categoria para os "treinar". obrigou a igreja a abençoar tropas coloniais que partiam para a guerra. quem viveu na altura sabe que isto é verdade (ou próximo, que eu não sou teimoso). eh pá, e votaram nele. quem? o poveco! viva salazar! viva o marquês! viva o passos! eh pá, esse ainda não cumpriu a sua missão. por isso os vivas ficarão suspensos aguardando o golpe final. a política salazarista e a política de pombal só beneficiaram os grandes grupos. a indústria estava na mão de duas dúzias de famílias e eram estas que dominavam toda a economia monopolista. o que faz passos e a sua política? segue o mesmo caminho. mas, verdade se diga. não tem mandado prender a oposição como o salazar nem mandado degolá-la como o marquês. ainda bem. passos entrega o ouro ao bandido mas deixa as vítimas vivas (a gemer). é um homem civilizado e moderno. sim senhor. está aqui está numa rotunda ao alto e em mámore. a nossa riqueza vai cair nas mãos dos agiotas internacionais que nos viciaram na pedincha. actuaram como os traficantes de droga. primeiro oferecem-na e depois de as vítimas ficarem agarradas começam a cobrar. ficámos viciados no fiado da casa, do carro, da roupa e finalmente na compra dos bens de primeira necessidade. o português de hoje entra na sua casa que é do banco, senta-se na mesa para fazer uma refeição que há-de pagar no mês seguinte. quando sai de casa no seu carro que ainda pertence ao stand  dirige-se para o café par tomar a bica não sem antes ter levantado dinheiro no multibanco que o empresta. não é só para a bica e bagaço. então a viatura move-se a quê? quer dizer, vivemos artificialmente. eh queridos, não desliguem as máquinas senão vamos desta para melhor. e quanto ao marquês é tudo pois não me pagam para escrever. porra, ainda me levavam o resto em impostos que só servem para alimentar os grandes filhos da causa pública.
manuelmelobento
(nascido na antiga colónia dos açores, hoje, região autónoma)

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