sábado, 20 de agosto de 2011

o crime na estação do estado. para quê discutir o serviço público da rtp se esta democracia não assenta em nenhuma ideologia?









havia um anúncio publicitário que a antiga rtp transmitia e que vou tentar descrevê-lo: um produto alimentício uma vez tomado até fazia arrebitar um prego que se encontrava deitado, torcido e sem forças. o prego rapidamente levantava-se e tomava a forma erecta. nos finalmente parecia um forte prego. nada mais. de repente, o anúncio foi retirado. ora vejam lá. ao procurar saber das razões por que tinha acabado a publicidade ao produto fiquei a saber que a moral da altura condenara o implícito. e o implícito era? um pénis com muito tesão. eu que naquela altura até tinha tesão fiquei abismado. que raio! é que na cabeça dos moralistas daquela época só havia lugar para a pureza. ora pureza era a ideologia do regime. o regime estava abrigado pela igreja. ambos transpiravam dignidade. um prego a parecer um pénis, perdão caralho excitado era demais. podia por a malta com vontade de foder. eh pá, se não era isso era coisa parecida. aqueles dois sacanas do tempo: cerejeira cardeal e o salazar primeiro-ministro mais uma corja de imbecis (perdão, esta merda ultrapassou o tempo e ainda anda por aqui. porém, disfarçada. só o cheiro que exalam a denuncia) tinham uma apurada consciência política e mais coisas. um pequeno exemplo. se um polícia encontrasse um grupo de amigos podia prendê-los. os ajuntamentos eram proibidos quer fossem compostos por três ou mais pessoas. um beijo numa namorada dava cadeia. uma miúda apanhada a bater uma punheta económica pagava uma multa de cem escudos (esta tabela variava de concelho para concelho). não vou levar isto muito longe. tudo era proibido. só se podia ser "liberto" às escondidas e sem dar nas vistas. um pobre estudante, certo dia, gritou: viva a liberdade! foi levado a julgamento e condenado a três anos de prisão. foi condenado por um juiz português. esta condenação está na origem da criação da amnistia internacional. foder? fodíamos uma vezes às escondidas outras nas casas de passe fiscalizadas pelo regime. a rtp ( que está na origem de mais este artiguelho) era uma espécie de braço alongado da polícia política. 80% do pessoal que lá trabalhava era bufo. duvidam? vejam na torre de tombo. "não só a pide é que era pide" dizia um ex-amigo meu que agora se refastela por aí onde há o dinheiro do povo. podia-se chamar de grandes filhos de puta os que enxameavam o poder político e religioso. mas nós sabíamos com o que contávamos. era uma ditadura coerente na maldade, no proceder, na atitude. qualquer distração era a morte do indígena. dando o salto para um organismo que devia servir o público (este é que o paga) como é a rtp deparamos com aquilo que é o espelho deste regime: não tem ideologia definida. analisemos um anúncio publicitário que é vomitado pela rtp. uma série de idiotas esbofeteia-se reciprocamente. isto dura uns bons segundos. todos nós sabemos que dar uma estalada em alguém é crime. há maridos presos por estarem à estalada nas mulheres. há pais denunciados, julgados e condenados pelos filhos devido a violência doméstica. e não é que aquele aborto publicita pancada para vender um produto para os calos, perdão para o tesão. além de não prestar qualquer serviço público (esta rubrica é cumprida pela sic do senhor balsemão e pela tvi que era da igreja e da manuela mulher do jemoniz) esta instituição está sem rei nem roque. imagine-se que nem a própria constituição é respeitada pela estação do estado. antes que me esqueça, espero que o senhor procurador geral da república, uma vez denunciada a violência na rtp, proceda como achar mais conveniente e segundo a legislação que nos rege. acabo já. um tal açoriano ao procurar um subsídio de desemprego viu preterido o seu pedido. o senhor não tem direito. vire-se! ai sim! vai daí o corisco do açoriano destruiu o escritório das esmolas do estado. eh pá, então os trafulhas roubam do bpn biliões e o povo é que tem de pagar. quando um desempregado pede esmola (em portugal os compromissos do estado não passam de uma esmola) dizem-lhe que se vire. olhe, eu aconselho-o a criar um banco com sociedade com o estado português, de preferência. depois levante uns milhões. não se preocupe. a gente paga. ah, não se esqueça que há mais sítios onde pode e deve descarregar a sua justa fúria. está ver? se não, eu indico-lhe.






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