quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PENSAR PORTUGAL INTELECTUALMENTE, CLARO




Quando no tempo do meu querido, bondoso e amado ditador António de Oliveira Salazar (Salazar pela parte da mãe - dona Patrocínio; leva o dona, porque eu hoje estou bem disposto) me punha a pensar no meu país (hoje possuo dupla nacionalidade - sou açoriano e português (de facto) - eu via as praias do Algarve com as bifas prontas a serem papadas, o Sol amigo e democrata (acho que era o único) a permitir aquela tonalidade de azul que nenhum outro país usufrui e que tanta inveja faz aos outros europeus e que dá ainda mais vontade de não fazer nada. Que moleza até que jogue o Benfica que aí sim a malta se empolga, grita, esbraceja, etc. Nada de política que isso era para o Grande Timoneiro - diziam que o desgraçado enjoava tal qual Octávio de Roma quando foi impedir a cópula do Marco António com a bela egípcia. O Benfica era um clube que só admitia portugueses. Aquilo sim, é que era nacionalismo. Naquele Portugal do bondoso Cerejeira tudo era proibido. Até uma simples punheta batida por qualquer desconsolada namorada dava direito a uma multa. Pequena como convém a países pobres. Certo dia parou o trânsito lá para os lados onde o Partido Socialista tem o seu palácio. O que foi, Santo Deus? Nem mais, uma mini-saia sueca estava numa passadeira para peões à espera para atravessar. O condutor do eléctrico parou o carro só para espreitar. Não foi só ele. Eu também. Olhe, meu caro leitor, não vou mentir mas de entre as pernas do condutor começou a tomar volume o falo do homem. À portuguesa, ali como é dado. E não haviam de vir (na época) as inglesas tomar pau nestas terras onde macho é cheio de tesão, embora não sabendo muito bem fazer amor, perdão foder? Havia o bacalhau do Tenreiro que diziam ser fascista, bem tal qual estes que andam por aí a esfolar os trabalhadores em nome da democracia. Ah, o bacalhau era alto e grosso. Regado com azeite que vinha das quintas dos amigos e empurrado com tintol legítimo, porra. Aquilo é que era um fascista! Belos tempos para quem tinha algum para gastar. Os que não tinham emigravam para voltar, está claro. E Fátima, terra de Fé e de negócio? A Mãe de Deus veio a Portugal numa nuvem e pousou numa oliveira para falar de política a três crianças que brincavam aos casais enquanto as cabras vadiavam. Só mesmo em Portugal onde a imaginação faz da fome um pezinho de dança. E aquela mini-saia que não me sai da cabeça. Tanto que assim era que eu - quando a mesada permitia - dirigia-me à Eva 2 que ficava no Bairro Alto e onde elas eram muito asseadas - me disponha, por uma de cinquenta, mergulhar no mercado nacional. Que era tão bom como o outro, só que mais escuro e, pagando claro. Pormenores! Nos dias de hoje, grande porra. Minino é com camisinha e são sessenta (euros-classe económica). Ou então noutras línguas esburacadas. Perdi-me neste texto e já nem sei o que queria escrever. Deve ser do tesão ou da memória dele.

manuelmelobento

Sem comentários:

Enviar um comentário