quinta-feira, 30 de julho de 2015

talvez fosse altura de o juiz carlos alexandre ter um porta-voz, nem que seja para chamar a atenção aos políticos que andam a brincar às leis

a maioria parlamentar (psd-cds) conseguiu fazer aprovar na assembleia da república a lei sobre o enriquecimento ilícito. o presidente, a quem a lei lhe parecia esquisita, remeteu-a para o tribunal de todas as dúvidas políticas e não só. este tribunal, o tribunal constitucional que opera no palácio ratton, viu as suas férias estragadas e tratou de trabalhar dia e noite para apresentar o seu parecer o mais depressa possível. o juiz que explicou a nega, pois foi de uma nega que se tratou, fê-lo numa linguagem muito técnica. enfim, confusa para o comum dos eleitores. estes entenderam o que não deviam e isso prejudicou a imagem dos altos funcionários do palácio que os acoita. penso eu. ora, o que se passou foi mais uma manobra de uns tantos representantes do povo que já perderam a vergonha, perdão, a noção da honestidade política. ora, se o juiz carlos alexandre estivesse à espera desta aprovação todos aqueles que ele suspeita de enriquecimento ilícito estariam no bem bom e a gozar com a gente em vez de estarem a contas com a justiça, estando uns dentro outros fora mas agarrados pelo braço alongado da lei. que a mesma  lei por falta de meios linguísticos denomina de pulseira (de pulso) eletrónica quando devia dizer grilheta (algemas para os pés). platão que era platão usou-a na sua baboseira da caverna (deu-lhe para aquilo, pior, diga-se, é o pensamento geral do senhor josé gil, reputado filósofo quando se exprime mediaticamente). o enriquecimento ilícito está bem "colado" (mas por outras palavras) ao nosso código penal. haja é tomates para o enfrentar... não posso dizer isso do nosso super juiz senão ainda vou dentro. e logo eu que sou dado a tremeliques. os dinheiros públicos são sagrados. quem os delapida tem de ser chamado à justiça. sempre que a corrupção e as suas filhas "legitmas" conseguem escapar à justiça o povo é que sofre. surge o desemprego, a fome, a emigração, o baixo apoio da segurança social, os cortes nas pensões, as novas taxas nos hospitais públicos (uma vergonha), a insegurança e desapoio na velhice, o fechamento de escolas e sobretudo a dívida pública para a população pagar. a terminar: estou muito satisfeito com a questão levantada pelo primeiro-ministro passos coelho acerca do empréstimo feito pelo estado de 900 milhões de euros a um banco público e muito, muito mais satisfeito com a resposta dos seus altos responsáveis à questão colocada pelo atrás referido chefe de governo. estou satisfeito por mim e já agora pelo - se ele me permite - pelo doutor juiz carlos alexandre pois vai permitir descansar um pouco mais. é que evita que ele se desloque àquela grande casa e de lá traga aquele montão de provas de inocência que todos esperam que lá ainda se encontrem. um bom verão para o juiz de instrução!
manuel alfredo

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