domingo, 26 de julho de 2015

clemente antónio costa e a benção a cavaco da silva


brando, clemente e quase piedoso, antónio costa procurou que anibal cavaco da silva possa ter um bom fim. de mandato e não de vida como constou das palavras proferidas pelo atual candidato socialista a primeiro-ministro. numa altura destas de húmida canícula escorregadia é como uma taça de champanhe fresquinha numa cela de caxias. eu sei do que digo porque fui hóspede de são não sei quê de caxias e na época de praia.  oh que belezura que seria!  bem, mas vamos ao assunto que quero ir dormir uma sesta porque ninguém me paga os prejuízos de mais esta crónica. acabei de ler o trabalho de joão silvestre na revista do expresso e fiquei  convencido de me ter enganado no juízo que fizera acerca de cavaco da silva. para pior, diga-se. contudo o meu juízo é político, pois quero que o atual presidente da república se lixe. e porquê? porque ele saiu  há poucos anos do sério das suas férias algarvias (acho que ele é algarvio) para vir até lisboa às pressas para impedir que o estatuto político administrativo dos açores viesse a transformar-se num pontapé de saída para a autodeterminação daquele arquipélago. prejudicou os açores? claro! qual é o povo que se quer colonizado e não quer experimentar o caminho da sua libertação? eu digo-vos qual é. é o povo açoriano que votou nele  (cavaco da silva) logo depois para cumprir mais um mandato presidencial. depois de ter sido esbofeteado, o poveco açoriano  demonstrou que ainda é tribal e descabeçado, sem deixar de ser velhaco. mas isto são contas de outro rosário e vamos voltar a  antónio costa, o clemente. quando era primeiro-ministro, cavaco da silva ao arrepio da constituição virou o rumo ao socialismo nela contido e abriu a porta a um capitalismo selvagem que acabou por reduzir outra vez o português a um estádio de pobreza que pensávamos ter acabado com as reformas sociais filhas da revolução popular que surgiu depois do golpe dos oficiais mal pagos, em 25 de abril de 74. e não é que foi um socialista - o constâncio do banco -  que liderava o partido  quem entregou a constituição de bandeja para cavaco da silva - um identificado homem de direita - a manipulasse sem ter de  a referendar de novo. os socialistas aliam-se à direita sempre que é necessário entregar ao capital a gestão do país. cavaco da silva sendo um homem responsável tem de prestar contas e não se pode deixá-lo partir com bençãos de bispos políticos sob pena de estarem todos comunados e sob suspeição que pode pôr fim a um portugal independente (o quanto possível, claro). tem de haver um tribunal de moral constitucional para que esta não esteja à disposição de uma caterva de interesses. já anda por aí quem esteja a vaticinar um período conturbado se das próximas legislativas não sair uma maioria absoluta. que fará cavaco da silva com um partido com maioria relativa? não será melhor esperar para depois dar-se-lhe a benção? vou acabar não sem antes repetir isto: a esquerda quando é maioritária no parlamento faz tudo para que a direita seja poder. haverá partidos de esquerda que são de direita? pois, olha, é abençoá-los!
varett

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