terça-feira, 9 de junho de 2015

quando a história mente pela boca de alguma esquerda: salazar nunca podia ter sido ditador até ao ano de 1951. é o que se vai tentar provar. não estamos aqui para afundar a história nem erigir personalidades. aqui vai-se respeitar princípios de identidade.


salazar é,  segundo alguns historiadores (a maioria), um ditador tão depressa é nomeado presidente do conselho de ministros por carmona em 1932. na ditadura militar que vai de 1926 até 1928, salazar vem a lisboa a convite do chefe militar para aceitar a pasta das finanças. o ambiente de caserna não era propício ao estilo beato do antigo deputado cristão. há muita contradição acerca das razões por que o antigo seminarista e agora professor carismático-católico voltou a coimbra. a presidência da república e o presidente do ministério assim como o resto dos ministros eram todos militares. como as finanças públicas geridas por estes (entre eles um tal sinel de cordes) estavam numa desgraça havia que encontrar um "perito" para pôr as contas em ordem. a ditadura militar renova-se com a eleição do candidato único à presidência da república. que é o mesmo. isto é, carmona substitui carmona mas já não em ditadura militar mas em ditadura nacional. (gritem almas danadas, mas foi assim que os escribas oficiais amenizaram a história dos ultras). carmona concentra em si todo o poder, e de 1928 a 1932 escolhe e nomeia  salazar para dirigir o ministério das finanças com um plano de austeridade enorme em virtude de  ter sido negado um empréstimo internacional a portugal. carmona aceita-o. salazar começa a servir a ditadura. carmona é o ditador. e salazar? por enquanto devemos raciocinar se possível logicamente e vê-lo apenas como um ser servil à ditadura. esta muda de nome ao sabor de grandes cabeças que escrevem. o país tem na altura 80% de analfabetos... após o período de austeridade que resulta num controlo das despesas públicas e com estas sanadas devido ao aumento dos impostos, à política de despedimentos, à retenção de salários e corte no despesismo dos vários ministérios menos os dos militares, salazar torna-se no herói das contas mas sempre como sombra do ultra carmona que vigia tudo e tudo controla. a constituição de 1911 foi substituída pela de 1933 sob a orientação de carmona. quando se tratava de coisas a que a  política devia liderar, carmona dava um passo atrás e empurrava o timoneiro dos patacos acertados para o palco. aliás, salazar soube muito bem tratar da sua imagem. antónio ferro inventou-o como um matreiro. salazar era complexado e inferior (lembram-se do episódio que narrei num texto atrás acerca da bofetada que ele levou nos corredores da universiadade de coimbra  dada por  um  seu aluno aristocrata?) e sabia avançar devagar e sem beliscar os seus patrões. nunca daquela cabeça saiu uma novidade ou uma ideia. o tipo sabia  escanchar -se nas ideias dos outros e bem. vejamos: a censura prévia e a criação da pide deveu-se a carmona e aos ultras que o cercavam. a concordata com a santa sé que ele subscreve é da responsabilidade do cardeal cerejeira congeminado com carmona. salazar não atua no sentido de escangalhar a imagem. é obrigado a aderir a fim de se manter como presidente do conselho. a união nacional que se diz da sua autoria foi criada por um general de nome domingos de oliveira. salazar apenas discursa e coloca a ideologia na boca daquela associação política. os militares são fracos a refletir. a criação da legião - para combater o comunismo que sibilava da vizinha espanha -  é contra a sua vontade dado que os seus criadores são todos pró-nazis e salazar opta pela neutralidade e não pela entrada na guerra. ninguém o obedece, é o que parece. mas a legião foi criada e teve como comandante um militar  ultra (coronel namorado de aguiar) apesar de ser uma força paramilitar aberta a civis. a sua junta central teve como elementos o general craveiro lopes,  o almirante henrique tenreiro, o general humberto delgado, o general antónio spínola, etc.  o homem da ideia da criação da legião chamava-se almirante botelho moniz. salazar para onde quer que se virasse só via militares. a criação da mocidade portuguesa à imagem da juventude hitlariana é ainda uma verdadeira anedota no que diz respeito à intervenção de salazar. o germanófilo engenheiro militar francisco josé nobre guedes simpatizante de hitler que foi expedicionário na 1ª guerra é quem se torna no seu primeiro comissário e criador. acumulava com o fato de ser também deputado à assembleia nacional.  é preciso dizer-se que a assembleia nacional depois de 1933 ficou composta por muitos civis na sua maioria amigos ou chegados a salazar. só que ela não mandava no governo como é sabido. e quem mandava no governo era a correia de transmissão dos ultras. salazar é ainda uma marioneta na mão dos militares. salazar vivia em lisboa em são bento. veja-se a beleza de quem o  cercava: todos nós sabemos que os governos civis representam em cada distrito o governo. em lisboa era o agente de salazar o tenente-coronel joão luís de moura no período que vai de 11.06. 1937. de 27.7.1937 a 9.1.1944 cabe ao coronel artur leal lobo da costa representar o governo de salazar no distrito de lisboa. nessa altura surge como governador civil - repito civil - o almirante nuno frederico de brion. o seu governo vai de 9.10.1944 a 5.3.1947. a seguir o governo civil é entregue a um civil de nome mário lampreia de gusmão madeira... vamos agora saltar para a câmara municipal de lisboa. o que encontrámos? militares, certamente! general josé vicente de freitas, no período que vai de 1926 até 1933, altura em que é demitido por salazar, isto segundo historiadores tipo  fernão lopes. nada mais falso. salazar é instado a demiti-lo porque vicente de freitas criticou os desvios da união nacional criada por militares à qual salazar se cola para sobreviver. o que aconteceu? opôs-se a que a união nacional se transformasse num partido único. ora a união nacional foi criada pelos militares ultras da direita. alguma vez salazar teria estofo de demitir um oficial superior das forças armadas sem o consentimento do ditador militar que ainda estava vivíssimo da silva?. vicente de freitas estava em rota de colisão com carmona. óbvio, meus amigos! não acham? como seria possível haver um militar no poder camarário a opor-se  ao ditador? não era possível. em assuntos militares, salazar limitava-se a fazer as suas contas e dispor verbas para lhes calar a boca.. não há um único ato isolado em que tivesse atuado sozinho. quando o almirante botelho moniz o prende quem o desenrasca é um outro militar coligado aos ultras.que estão por detrás dele e que detêm o poder. até 1937 estiveram na presidência da câmara três militares. ei-los: coronel adriano da costa macedo; henrique linhares de lima, oficial superior natural da ilha do pico. até  duarte pacheco (um eng. civil) ainda lá esteve o general daniel rodrigues de sousa. safa! continência! quando o engenheiro saíu para ocupar um cargo executivo foi de imediato substituído por um militar de nome eduardo rodrigues de carvalho. eu ainda me lembro do general frança borges na presidência da câmara. trabalhei nela sob o seu consulado. grande ultra! o pobre seminarista tinha a rodeá-lo o comandante da legião a que ele era avesso. o comissário da mocidade que era simpatizante nazi. o major silva paes diretor da pide. o governador militar do centro. a polícia de segurança pública comandada por um oficial do exército em vez de um comissário pois trata-se de uma polícia pública. a guarda nacional republicana era comandada por um general que tinha um estado maior repleto de oficiais das forças armadas. meus amigos, que ditador era este sabido ex-seminarista! até agora na história como ditador salazar não passava de um ditador honoris causa. eu estou a rir e muito! a seguir escreverei sobre o estado novo sob a presidência de craveiro lopes, um homem muito sério que irritou os ultras por se ter aproximado de militares mais abertos. isso foi o seu fim! o regime - o estado novo de carmona e ultras - substituiu-o pelo almirante américo thomaz. (continua)
varett

Sem comentários:

Enviar um comentário