domingo, 7 de abril de 2013

varett - artista plástico - entrevistado por paulo rehouve sobre o "despacho" ratton e outras rattonices

paulo rehouve:
como interpreta os pareceres de inconstitucionalidade dos juízes do tribunal constitucional sobre o orçamento para este ano?
varett:
uma verdadeira rattonice.
pr:
o que quer dizer com isto?
varett:
tudo é política e não é de admirar que os privilegiados juízes do ratton também  gostassem de a praticar. aliás, se virmos bem, acabado que foi o conselho da revolução havia que - de uma forma à portuguesa - criar um super protector de ideias mal concebidas para proteger um putativo dominador comum. isto é, com o rabo pelado/queimado por uma longa ditadura havia que precaver o país de uma outra que a substituísse e cujo cheiro já exalava da cabeça de uns queridos que se tinham instalado nos quartéis.
pr:
esses tinham armas ao passo que o tribunal constitucional só actua a pedido...
varett:
felizmente para nós, os rattonistas só usam os neurónios.
pr:
então, nesse caso prestaram um excelente serviço à pátria repondo a legalidade constitucional no destempero desrespeitoso da governação de passos sem relvas?
varett:
com certeza! se tivessem deixado passar o espremer a carne  do poveco em benefício de umas quantas dívidas imparáveis que aparentemente servem o capital que agora nos domina mais do que no tempo da ditadura salazarista passariam a ser olhados como déspotas. o que diga-se em nada abonava a cúpula do poder em que se transformaram. cúpula enquanto activada. se não mexerem com os rattonistas eles agradecem pois têm mais em vista uma óptima reforma do que pelejas por dá cá aquela palha.
pr:
um assunto daquela relevância é palha?
varett:
meu caro paulo, você menospreza o intelecto indígena. a tomada de posição dos juízes do ratton vale tanto quanto uma serrilha (moeda de primeira república de pouco valor) furada. fizeram um cagaçal de mediatismo para anunciar nada. mesmo nada. sim, à partida levantaram a grimpa contra o governo do usurpador democrático-constitucional para ficarem bem vistos. este governo chefiado pelo safado e esperto comerciante passos coelho aproveitou a deixa para dramatizar a situação ao ponto de ter reunido de urgência o conselho de ministros para criar ainda mais um clima de terror e de medo. depois, o mesmo passos, pede uma reunião/audiência  a cavaco precisamente  na hora em que o inquilino de belém já está de pantufas e preparado para tomar o seu chá com torradas que o tempo é de contenção para pensionistas. o presidente aconselha calma. muita calma. diz que gosta dele muito mais do que ao dias ferreira e que tem todo o seu apoio. cavaco manda difundir uma mensagem de confraternização institucional e dá indicações  ao primeiro-ministro para falar no domingo para abafar marcelo e sócrates. que dirá passos? muito simplesmente que o presidente apesar de ter entalado o governo com o pedido de parecer de constitucionalidade de dois pontos do orçamento está disposto a garantir-lhe todo o apoio. é desta vez que passos vai ser condecorado com a torre e espada. ai que bom senhor presidente! veja só como tudo não vai passar de um quadro tipo parque mayer sem sás fernandes. passos está a rir-se (com o seu amigo relvas, da situação). e porquê? porque perante a tomada de posição dos rattonistas ele tem na manga três soluções para calar os atrevidos rattonistas. a saber, a primeira é pagar aos pensionistas e aos investigadores com papel tipo (títulos) dívida do tesouro, sem data marcada. fiquem com ele que mais tarde  havemos de fazer contas (dirá). segunda,  pagar às mesmas vítimas com acções bancárias  sujeitas a um imposto a estudar mais tarde... terceira irá jurar em nome de nossa senhora de fátima que vai pagar e cumprir os ditames constitucionais e que os portugueses podem ficar descansados. só que não sabe quando. nesta opção não passa papéis a ninguém. é na base de trinta um de boca. a sua palavra é sagrada. ele é um homem de palavra. e não respondo a mais nenhuma questão!...
 

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