quinta-feira, 18 de abril de 2013

a plebe recheada que se ponha a pau...

a chamada burguesia que surgiu com o evento do salazarismo regia-se por regras de vida que a controlavam e a metiam na ordem (nova). por exemplo, uma vez casados  homens e mulheres - ainda não havia a liberdade civil de hoje que permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo - não tinham possibilidade de se descasar. além do estado e da igreja os que terminavam com a união abençoada por deus (coisa difícil de perceber, pois o casamento não é mais do que uma apetência sexual objectivada pela cópula violenta, coisa que deus (o nosso) não está para aí virado. tanto  é  assim que engravidou uma virgem através da lábia de um seu guarda-costas, o conhecido arcanjo... (lá se vai o nome. perdão pelo esquecimento) eram vistos pelo poveco como pessoas indignas. metem na cabeça daquele, tudo. até merda, com perdão da palavra. estávamos habituados à ordem e disciplina supervisionadas por um deus de quem diziam coisas maravilhosas. ninguém o viu até hoje a não ser o moisés alpinista de outros tempos e mesmo assim foi de perfil. tinha barba e grande bigode, segundo consta: uma coisa para meter medo e respeito ao seu povo eleito. a burguesia enriquecia com cadência e quem roubasse, mesmo sendo pessoa alta ia parar com os cornos, desculpem o plebeísmo, na cadeia. o salazarismo filho de uma grande puta, perdoem esta ordinarice, criou uma sociedade injusta e desiquilibrada. pobres para um lado e ricos para o outro. a nossa igreja vagava no mesmo estilo. se é pobre casa-se com o pároco da freguesia. se é rico leva com bispo ou cardeal a perguntar se aceita este ou esta para se ligarem para a vida eterna. foda-se! outra vez palavrão. bem, em 1974 a burguesia salazarista, mal ouviu o povo cantar que vinha aí uma morena libertina que teve um caso musical com o zeca afonso, pôs-se a andar depressa e bem. alguns ainda conseguiram levar parte da fortuna para o estrangeiro, mas outros foram apanhados pela marabunta e faliram. terras, casas, acções, foram pela pia abaixo. o estado esvaziou-se e logo de imediato foi dominado por uma plebe sequiosa que o ocupou. principalmente dedicou-se a pôr a mão por cima dos dinheiros públicos. de um dia para o outro essa plebe enriqueceu. e plebe enriquecida passa a burguesia. como a do estado novo era cuidadosa com os dinheiros do povo por via de salazar que era - tenho de o confessar, um homem sério no que conta a dinheiros - não pode haver comparação com esta descarada que é  muito mais ladra. por isto mesmo denominá-la-ei de plebe recheada. a plebe recheada organizou-se em partidos. a democracia permite-o, logo nada a dizer, pois, outro regime melhor que seja nunca permitirá liberdade. e esta é a marca do homem moderno. é com ela que as sociedades criam. o estado novo capou-nos a todos e a prova é que ainda não conseguimos libertarmo-nos do grande vazio intelectual que foi a parte fundamental da pesada herança. bem, abreviando. o dinheiro desapareceu e o país está falido para umas coisas. principalmente para as que dizem respeito aos interesses populares, como sejam a segurança social, a saúde e a educação. em vez de se preocuparem por reaver o dinheiro que foi roubado e que se encontra em paraísos fiscais, os que pelo voto da ralé (povo que vota assim é mesmo ralé) se alcandoraram no poder estão mais virados a ir procurar dinheiro esmifrando ainda mais o poveco. que já passa fome segundo os últimos noticiários. por enquanto, quem tem mandado bocas revolucionárias não é o poveco que está comprimido até nas partes baixas. quem tem alertado para o gravíssimo estado de coisas faz parte da burguesia rechonchuda. ainda tenho os ouvidos quentes de ouvir dizer ao dr. soares que por menos se matou el-rei dom carlos (de saudosa memória, digo eu). plebe recheada, pôe-te a pau! não sei o que será quando o milhão de desempregados aumentar e as famílias não tiverem o que comer. há países que já estão à procura do dinheiro que foi rapinado pelos políticos e seus associados da banca, da imobiliária, dos seguros, da indústria farmacêutica, da energia, dos cereais (pão), da bolsa, da comunicação social, das sociedades de advogados, ppp, etc. alguns países já apanharam os criminosos e o produto dos crimes. e agora, plebe recheada? vai ser bonito quando o comerciante passos não puder estender mais a corda com falsas promessas e perceber que acusar o tribunal constitucional já foi rim que deu urina. melhor dizendo, o êxito que passos procurou e que se traduz pela destruição do estado social e até quem sabe do fim estado português (ri-te estúpido e lê um pouco de história nacional para veres como isto é sempre  possível entre nós) pode vir a realizar-se se não corrermos com este executivo, com o presidente da república e com a assembleia da república. resta dizer que neste momento o tribunal constitucional ou por ingenuidade ou em consciência impediu - com a atribuição de inconstitucionalidade aos golpes da coligação - que o estado desse mais um passo na sua autofagia. aceitemos, por agora,  que os únicos defensores da manutenção da independência nacional são os juízes do ratton. é para lá que de futuro estaremos obrigados a olhar. é que, tanto a inter-sindical quanto a oposição não têm meios para travar este descalabro. ah, e os militares - como criadores desta democracia - não sairão dos quartéis para repor a legalidade constitucional que está a ser criminosamente conspurcada por estes capatazes?
manuel melo bento

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