sexta-feira, 26 de abril de 2013

cavaco presidente em presidencialismo

tratar-se-ia de um discurso banalíssimo num país normal, é a ideia que resulta da interpretação - da minha pelo menos - da intervenção do presidente da república. por que as circunstâncias em que o proferiu determinam  uma análise mais profunda - tipo schopenhauer - vamos  tentar colocar o profligador (x) político cavaco silva no divã de estudo psicopolítico (y) . apesar de o ter na conta de uma pessoa quadrada, não imbecil, penso que é uma pessoa de ideias mais fixas do que aquelas que há mais de 2.500 anos expandia heraclito molhando os pés nas águas dos rios gregos e não só. sabe-se que o presidente tem uma caterva de asessores que vão desde o grão velhaco até ao beijador das sotainas em  sacristias. a dona maria não é para aqui chamada dado que a sua dedicação à causa pública não é do nosso conhecimento. quem quiser saber o que se passa na cabeça de um político com responsabilidades tem de se esforçar por saber quem é que lhe faz os discursos e lhe mete na torre de controlo as ideias a difundir. eu sei que é cavaco quem está - por agora - no divã. mas já lá vamos... a task force que o rodeia foi criada à imagem de um tal bush pai (de um dos maiores imbecis que o povo americano empurrou para a casa branca que por acaso é habitada nestes tempos por um democrata casado com uma senhora muito bonita que serve de amparo às suas promessas não cumpridas). senhor presidente, o que temos de começar a fazer é virar a constituição. isto é, o facto de estarmos a viver sob um regime semipresidencialista implica, dentro de pouco tempo, autodestruirmo-nos. os partidos destroem países pequenos que não são capazes de se auto-sustentar - rosnou o assessor talkitosta (nome fictício). isso é impossível creditou cavaco. é simples, retorquiu talkitosta, vamos descredibizar o executivo para que o verdadeiro poder caia no seu regaço de mão beijada. eu não tenho seios, ó senhor assessor! (neste momento dona maria  que sabe muito de literatura intervém e diz assim: estava de passagem e não me quero meter, mas regaço não é só seio. não me vais falar outra vez de thomas mann, hem! bolsou o presidente. acabemos com esta treta e falemos a sério. é visível , desde há muito,  o comportamento de cavaco em relação ao executivo. começou no momento em que tentou quebrar os queixos a josé sócrates e a reduzi-lo a um infame. em vez de se colocar como parceiro harmonioso das instituições encetou uma guerra contra o antigo primeiro-ministro. vencida esta, só lhe restou esperar pelo novo chefe de governo para lhe aplicar a domesticação. apareceu a substituir sócrates um certo tipo de português inclinado mais para o comércio do que para a res publica. o homem não sabe o que isso significa  e só a entende sem a diplomacia política. era e é o seu fraco. ele e os seus patrões traçaram um caminho e sempre que lhes surge um obstáculo fazem como os touros bravos.  sempre para a frente  é que é caminho. ultimamente, o nosso primeiro-ministro percebeu que lá de vez em quando é preciso contorná-los (obstáculos) e vai daí mente como qualquer feirante-banha-da-cobra. e como qualquer caloteiro (estou a referir-me a coisas públicas. quero lá saber se ele deve ou não deve dinheiro a bancos) promete que vai pagar o que deve aos trabalhadores ou a quem já trabalhou e depois  põe-se a rir mais o seu finanças dos estratagemas  encontrados para protelar o pagamento. quer dizer que à luz de aceitação popular todos o querem fuzilar. e cavaco a ver... o governo tem sido um verdadeiro tambor a anunciar o cheiro pestilente que o persegue. ora, para o poder se encontrar em algum sítio é preciso saber onde fica. a malta desvia o olhar para a assembleia e repara que aquilo é algo parecido com o que diz o paulo morais cronista do correio da manhã: a sede da corrupção nacional dado que os deputados (alguns) do povo fazem leis a favor dos seus patrões. eh pá, morais dixit! dois constituintes imediatos queimados e enegrecidos politicamente o poder salta. para onde? para os tribunais? não, estes estão atafulhados e emperrados. o poder deles não é político e por enquanto são muito mal vistos. só tratam de assuntos escabrosos tipo sexo-correio da manhã. resta o presidente. sim, e depois? não pode sair à rua porque o povo invectiva-o e quer chegar-lhe a roupa ao pêlo. e então, não está implantada a bagunça? sim, mas os que são órgãos de soberania são-no porque "por acaso" existem forças paramilitares que os guardam e protegem. e é assim que cavaco aproveita a oportunidade para aparecer como se fosse eleito presidente todo poderoso colocando na algibeira os outros órgãos de soberania. fez de uma espécie de gaulle. meteu na cabeça (meteram-lhe) que pode centrar o poder em si. mesmo contra o povo. inaugurou o presidencialismo à portuguesa porque ao discursar como se fosse primeiro-ministro remeteu este cargo para a missa do sétimo dia. quer dizer, deu ordens a passos coelho para fazer cumprir o que ditou (explicou) no 25 de abril. passos ficou esvaziado. passos coelho parece-se com um miúdo que toca num objecto quente e salta com os dedos para outro onde se volta a queimar. passos coelho é chefe de um governo que se remodela aos bochechos. estes fizeram estas coisas feias e lá vai ele ter com cavaco: senhor presidente já pús na rua sete garotos, faça favor de assinar. com certeza! até para a semana, senhor presidente. não se esqueça que o aguardarei para mais uns chutos nesses putos, diz versajando o de belém. grave com o seu ar sério  de plebe recheada, cavaco fez "tremer" toda a comunicação social. ele passou a ser o dirigente máximo de momento. o poder é ele. governa sozinho contra o povo e contra a oposição. o seu primeiro-ministro - a partir de agora  - obedece-lhe. pois se o não fizer será despedido pela possível convocação de novas eleições. o homem absorveu o poder total, e chantageia. obedecem-lhe o executivo e  o parlamento porque está adstrito a passos. tribunais prisioneiros na sua própria teia não entram nesta dança. quanto ao tribunal constitucional? inconstitucionalize o que quiser que os políticos tratam-lhe da saúde, isto é, dão-lhe a volta com prazos e formas de cumprir a lei que nos orienta desorientando. finalizo citando dona leonor augusta freire moradora de um solar muito respeitável daquele tempo, porque inspeccionado pelos delegados de saúde: "meia hora 30 escudos, uma hora sessenta. meninas, não se esqueçam dos toalhetes."
(x) - um deita-abaixo.
(y) - se não existe é porque não existe
manuel melo-bento
ps: e quanto ao partido socialista e restante oposição? meia hora 30 escudos, uma hora sessenta.

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