quem não compreender a coerência do espírito alemão terá dificuldade em entender a trapalhada que ensombra a vida dos países (17) que se meteram a criar uma moeda que representa apenas uma sociedade capitalista sem sombra de dignidade humana. o euro representa negócio. para além disso é especular. na década de setenta do século passado, viagei de carro de portugal até à alemanha federal ou seja, a metade da alemanha que estava livre do controlo dos soviéticos. quando passei pela fronteira de vilar formoso e estando a atravessar a espanha pensei ter deixada o terceiro mundo para trás. ao entrar em frança tive o mesmo pensamento: para trás ficava o mesmo terceiro mundo. entrando na alemanha tive a ensação de entrar num mundo diferente. e, assim sendo, repetiu-se-me a mesma sensação de que para trás ficava o terceiro mundo europeu. em frança, terra da brigite bardot, ainda havia resquícios da segunda guerra mundial. a frança que para mim e outros tantos tansos era a terra da liberdade desmoronou-se num ápice. certa noite parei o carro para dar boleia a um rapariga e poucos segundos depois apareceu uma carrinha volkswagen cheia de polícias que a queriam prender por praticar a prostituição. por acaso, levava comigo um cartão de funcionário público desactualizado (pois fora do instituto geográfico quando lá trabalhei e cujo ministério das finanças o tutelava) com foto e tudo. lá expliquei num francês de aluno medíocre que trabalhava para um ministério de portugal e que estava a tentar divertir-me numas pequenas férias: la france, la liberté, l´amour dizia eu no meu papel de macho lusitano. bem, encurtando, deixaram-me seguir em paz com a moça. os franceses das pensões e dos restaurantes eram mais que bestas malcriadas. cheguei a um restaurante de estrada para almoçar, mas como estava quase a dar duas horas da tarde, a mulher dona do restaurante começou a barafustar e a brigar ao mesmo tempo. puta! em paris fui à rua pigale. 150 francos por meia hora. 18 anos. ok. nos campos elísios muita luz. parecia o arraial das festas da minha cidade natal. comi massas no pisa pino acompanhado do emborcamento de uma de tinto aquecido. uma moda pirosa da altura. em termos de arte só meti o nariz no palácio de luís xiv e porque ficava no caminho para a alemanha. na alemanha era tudo ordem e disciplina. quem conduziu em paris e depois o fazia na alemanha apercebe-se da diferença da influência latina no comportamento dos franceses. então, a estacionar, eram verdadeiros bate-chapas. na alimentação alemã reparei em como uma sopa daria para alimentar uma casa portuguesa. um prato de carne para uma única pessoa tinha tanta carne que daria depois do fartote para fazer com a carne que restasse 35 croquetes. um operário português na alemanha dava-se ao luxo de ter um mercedes, o carro dos ricos e dos táxis no nosso país. uma coisa que me admirei foi ver os grandes camiões de tropas franceses a atravessarem a desarmada germânia. pareceu-me ver uma dignidade ferida no rosto dos alemães. enquanro na frança havia terrenos por cultivar denotando certo desleixo, na alemanha estava tudo arranjadinho e ela tinha sido totalmente arrasada. até custava a crer. não vi lá nenhum edifício bombardeado ou destruído, como havia em frança e no luxemburg. ao passar por um cinema reparei que havia um reclame de um filme que entrava o inglês richard burton, mais um muito conhecido actor americano e a rommy schneider. com o seguinte pormenor: o nome da atriz germânica (creio que era austríaca) tinha as letras do seu nome quatro vezes maiores do que a dos outros dois astros internacionais. a alemanha parecia um relógio certinho, mais certinho do que o cérebro de kant que atravessava uma passadeira sempre à mesma hora depois de ter acabado de trabalhar. bem, não vou falar na indústria pesado ou na indústria automóvel pois todos sabem o seu valor. ah, ainda o outro dia fui assistir a uma palestra de um professor alemão que estava anunciada para as 16 horas e com terminus às 18 horas. batiam as 18 em ponto - no meu falso cartier - quando o professor terminou a sua intervenção. pouco mais sei da alemanha a não ser aquilo que leio nos jornais. mas isso tudo serve para olharmos com atenção com o que aí vem. a frau merkel - que domina a europa economicamente - não está disposta a sofrer mais humilhações dos latinos pedinhchas que só a vêem como caixa das grojetas. a senhora merkel, que todos os dias avança para a limpeza da europa do euro, agora quer que se concretize a "união orçamental". esta uma vez realizada será uma espécie de gestapo às suas ordens, pois vigiará por dentro as habituais falcatruas que os governos greco-latinizados são mágicos e prestidigitadores fazedores. nunca mais haverá lugar a estado social insustentável. cada penso quando for aplicado aos utentes do serviço nacioanal de saúde terá de já estar pago antecipadamente. deixará de haver a bagunça nas contas e nas adjudicações. acabar-se-á com a bandalheira dos fundos ilegais dos partidos. os partidos terão de prestar contas e por elas responderão criminalmente em caso de haver vigarices e ocultações. repare-se como passos coelho é um discípulo de markel. tudo estará reduzio às exgências do mercado dentro em breve. a nossa ministra da justiça estará a preparar uma justiça do tipo nórdico. o dinheiro já lhe foi facultado para a reforma do seu ministério. tudo para garantir o investimento e chamar "clientela do pataco". passos reforça as duas únicas vias que se oferecem: saída da zona euro ou tornar-se alemantizado. os seus ministros estão nessa. como não pode desvolarizar a moeda terá de forçar a malta a trabalhar por pataca e meia. já estão em andamento as medidas de fiscalização na segurança social para pôr no caminho todos os que vivem sem tarbalharem. terão de se entender com o mercado do trabalho para sobreviverem. sabemos o que isso significa. a europa vai criar o uniorçamentês. este não é mais do que o habitantes legalizado da nova união europeia, pertencendo ao país que não foi expulso pela frau merkel. tá?
mmbento
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