alberto joão jardim é hoje um incómodo político para o "seu" partido. é natural, depois de ter vindo a lume o volume das despesas por pagar da região autónoma, que os amigos de facção lhe voltem as costas. em política é assim mesmo. ele não é parvo e sabe que este tipo de atitude não foge à regra. claro que o volume de obras realizadas no arquipélago não se poderia realizar só com os dinheiros vindos da metrópole. metia-se pelos olhos dentro que aquilo era um monstro de beleza. com um tribunal de contas que mais parece a casa da mariquinhas, um banco de portugal a cheirar a sapateiro, uma oposição que não tem nenhuma noção das funções das instituições estatais, com a vida política reconvertida em salas dos partidos, onde as clientelas negoceiam os seus lucros e percentagens e mais tantas outras parcelas da vida indígena que tornam os eleitores numa espécie de holligans de saguão, nada mais óbvio que o aparecimento dos chicos espertos. penso que jardim se aproveitou desse facto e abusou. abusou na ilha ao mesmo tempo que outros abusavam no continente da capacidade de individamente. um dia cercearam o crédito e horas depois - pela noitinha - a bomba estoirou. portugal estava de pantanas, o que vinha no seguimento da boca do feioso durão barroso: portugal está de tanga. nada de espantar ninguém, habituámo-nos a conviver com o crime violento e o outro. o dinheiro circulava em tanta profusão que muitas mulheres portugueses se tornaram trabalhadoras do sexo. era uma espécie do oiro da califórnia. construiram-se tantas escolas e universidades que um dia resolveram mandar fechá-las pela inutilidade. tal como os estádios. ena tantos! agora há que desmanchá-los. tudo bem. mas quem governava o país para que isso tivesse acontecido? ninguém. bem é um modo de dizer. quem governou portugal foram uns rapazes gananciosos: aquilo é que foi encher os bolsos. eu vou dizer aqui uma coisa sem nomes porque acho uma cobardia citar nomes e sacanices sem os visados estarem cara a cara comigo. mas, veja-se (saiu na comunicação social) quantos construtores civis foram feitos governantes e quantos governantes se transformaram em construtores civis. eh pá, metia nojo (ainda mete, porém, derrubá-los era destruir este estado democrático). veja-se quantos políticos de agora que no passado enchiam a boca (fossa) contra o fascismo estão tão anafados nas suas contas bancárias? esse dinheiro veio de algum lado. as grandes fortunas não se fizeram com o dinheiro dos portugueses que são pobres desde que nasceram. essas fortunas nasceram com a venda da nossa economia. o caso jardim foge à regra, pois até hoje ele não enriqueceu (é acusado de ter enchido os bolsos aos camaradas do partido. e isso é muito diferente). parte das traficâncias dos partidos rotativos vieram a público. alguns foram apanhados cheios de dólares (perdão de euros) nos colchões, outros - mais arrumadinhos - usaram os bancos estrangeiros. o bpn desviou 5 mil milhões de euros. não se sabe para onde foram(?). a dívida de jardim/madeira ronda mil milhões (eu julgo que ela vai por aí abaixo até ao sheraton). mas jardim mandou construir ao passo que os que malbarataram o dinheiro europeu não sabem onde o puseram... deixemos de criancices e vamos denunciar o que tanto o psd do continente e o cds-pp estão a congeminar contra jardim. ambos não querem ver jardim substituído pelo ps. o que ambos aspiram é associar-se em coligação no futuro governo da madeira. vão consegui-lo? com certeza. só quem não conhece o bom povo é que se pode iludir. jardim estará só muito em breve. a flama que enriqueceu já era de apoios. o psd-madeira vai fazer o mesmo que o ps fez com sócrates: viva! viva! nem viva o morto! o psd-madeira vai querer limpar-se. não comparando, o filme de kadahfi é muito parecido (ou vai ser mas à portuguesa). jardim vencedor novamente na madeira iria ser um incómodo para passos. passos percebeu que o dinheiro está lá fora e que para o emprestarem tem que dar muitos beijinhos naquele coiro e dizer que jardim já era.
mmb
Sem comentários:
Enviar um comentário