Com os golpes económicos diariamente publicados nos média, com a desfaçatez dos que assaltaram os dinheiros públicos estando ligados a altas figuras do Estado, com pagamentos de empresas e empresários feitos às claras a partidos e em verbas não controladas pelos serviços competentes, com negócios custeados pelo erário público, com empréstimos e créditos mal parados (o criminoso que está feito com infiltrados pede dinheiro à banca e entrega como património-fiança caca de galinha), etc., o Zé das Couves vai percebendo que a realidade dele é bem diferente daquela que é discutida no parlamento. E isto é só de agora, porque antes a malta acreditava nos seus representantes. A verdade é bem outra. Tudo é manipulado por órgãos que poucos conhecem (sim chamem maluco ao Alberto João quando ele, com a dureza verbal que se lhe reconhece, denuncia essas "organizações". Quando ouço a deputada dos Verdes (Apolónio?) vergastar o primeiro-ministro por causa do roubo a que os trabalhadores são sistematicamente sujeitos pelo agora descarado empresariado-financeiro lembro-me sempre dos filmes de infância onde os saltimbancos actuavam nas ruas lodosas de Londres. Os desgraçados não tinham outro lugar onde viver. Onde colocar os parlamentares se não no Parlamento? Berram, ofendem-se mutuamente, discutem horas e horas e o pior de tudo votam. Depois o mundo cá fora nada tem a ver com eles nem com o que decidiram. É fácil encontrar a resposta se tal questionarmos. O que decidem que tem por finalidade melhorar o país nunca acerta. Votam uma coisa e acontece outra. Eles já nem são os culpados, eles são os fantoches que alimentam os jornais e os comentadores. Pior seria se fosse como na Holanda onde certas personagens estão colocadas em montras para serviço público. Outras forças estão a transformar as cidades humanas em lugares de ficção espacial. Mandam em tudo até no percurso intestinal. O próprio primeiro-ministro, também ele não passa de um pau mandado. Um dia ele apresenta um pacote de medidas para salvar o país. No outro, tudo vai ao ar. Nada por culpa dele. São os tais fantasmas que transformaram de um dia para o outro as nossas vidinhas. Só que esses fantasmas existem. Não só comem bem, vestem melhor, viajam em aviões particulares e dormem sempre com a mulher do próximo (não dormem com a suas porque elas são também mulheres do próximo, para os outros, claro). Nem os podemos provocar porque não dão a cara. E quando se irritam, o que fazem? Mandam matar.
PS: e não é que estive na lista dos idosos a serem encontrados mortos? E tudo porquê? Porque deu-me o tesão, fui para o bacalhau com fados e tentei fazer como os fantasmas. Porra, apanhei frio. Isso de traseiro ao léu só no Verão. Mas mesmo assim, não me chateiem. Isto é, não me acordem.
mmb
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