sábado, 25 de agosto de 2018

COSTA DESCOLA DE MARCELO

Devem ter chegado ao ouvido de António Costa notícias por uma qualquer ave canora de que Marcelo Rebelo de Sousa estaria disposto a dissolver a Assembleia da República caso os companheiros da Geringonça, com as exigências apregoadas, desequilibrassem a estabilidade que o país necessita para emparelhar com Bruxelas e que poderiam pôr em causa  a aprovação do próximo Orçamento para 2019. O partido de Marcelo está em fase de balancete e desfragmentação. E da maneira como estão as coisas a correr dentro do PSD há o perigo (também para ele Marcelo em termos de análise, claro) de os laranjas ficarem ao nível do CDS. O facto de Santana   Lopes e outros estarem a dividir a direita democrática pode apontar para que surja uma junta de salvação da direita composta  pelo Presidente e mais o assessor encarregado de lhe levar a toalha de banho. António Costa não tendo nada a perder dispôs-se a entrar de cabeça com um discurso que empurra o PS para uma preventiva campanha eleitoral. Parecia um bocado trapalhão com as palavras (não tem quem lhe escreva os discursos como é prática por todo o mundo civilizado?) que proferiu: da boca saíram-lhe conceitos iterativos. Isso foi o menos já que o painel socialista vitoriava-o ruidosamente a cada ideia transformada de imediato em fonação. Quer dizer, Costa a quem se lhe reconhece uma inteligência fora do vulgar tendo em conta o panorama nacional, não vai deixar o quase seu PS ser apanhado no palco e fora do terreno. Vai dar a entender que está com Marcelo se ele se meter a "desmanchar" porque qualquer que seja o cenário Costa é o privilegiado das urnas. Só com "um" igual a 1755 é que a maioria relativa lhe fugiria. Também Costa está muito atento com a possível unificação e conciliação dos social-democratas a quem Marcelo apadrinhará de olhos fechados. A direita está-lhe na massa do sangue. Quem sabe se já não estará a trabalhar na sombra para travar a atual geringonçada e medonha esquerda portuguesa (tenho de interromper esta miscelânea  para ouvir o simpático Sousa Cintra e a sua mensagem mais ou menos desgovernada de paz para o desporto. Antes ele que o Marta).  Ficaremos, pois à espera que alguém dê um passo em frente a fim de materializar o seu projeto político. É que até agora é só conversa muito próxima da fiada.

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