quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O VETO EM TEMPO DE FOME, O "PENSAMENTO" AÇORÍGENE E OUTRAS MASSAS CEREBRAIS




Antes de me debruçar sobre o veto do Representante de Portugal em Portugal vou transcrever uma situação que nos dias de hoje caracteriza dois terços dos portugueses.

"Está lá, é do Banco?"

"Claro, e então?"

"É para encomendar cinco jantares em vez de três. É que sabe, hoje, é dia de receber e meu comprade e mulher vêm cá a casa jantar."

"Pode aguardar a resposta?"

"Por acaso posso pois o saldo do meu telemóvel ainda tem algum e amanhã recebo o RSI e mais para o fim do mês o Subsídio de Desemprego."

"Pode dar-me o seu número de pobre?"

"O meu número é o 1.700.000, tá?"

"Olhe, o seu pedido estará pronto dentro de meia hora. A dona Zitinha lá do condomínio fechado até acrescentou uma garrafa de azeite..."

"É do que canta há mais de cem anos?

"Claro, nós aqui não brincamos em serviço. Então, tá, que há mais pobres em linha para atender. "

"Pé aqui pé aí, estou a acabar de encher o depósito e já vou indo."

A PRENDA DE NATAL DE ANIBAL DE BOLIQUEIME E O AMOR QUE OS AÇORÍGENES SENTEM POR ELE

O veto do Representante às tropelias do primeiro-ministro açoriano próximo da quadra do Natal foi uma boa prenda política que cai no sapatinho do candidato Anibal C. Silva como uva mijona. Ficava mal ao Representante deixar que os Açores se tornassem mais libertos das garras do colonialismo pois como é sabido Anibal de Boliqueime é um inimigo de autonomias e foi ele que nomeou o senhor general Mesquita para o cargo de controleiro. Era, portanto, lógico que o sátrapa não desgostasse o seu senhor, pois isso significaria o fim do poleiro no Palácio dos Capitães e Mesquita já se habituou ao trono. Desde há muito que o agora recandidato estremece de raiva ao ouvir as aspirações do poveco açoriano - vulgo açorígenes. Tem-se fartado de açoitar estes açorígenes pois sabe que a sua falta de cultura os coloca sempre a seu lado. É sabido que os açorígenes não são muito dados a pensar, pois ao longo dos séculos sempre estiveram de costas curvadas a tratar as terras dos senhores. Até ao 25 de Abril de 1974 nunca, mas nunca articularam a palavra liberdade. É por isso que Anibal de Boliqueime não tem pai nas urnas. Os cabrões dos açorígenes quanto mais porrada apanham, mais votam no candidato anibalesco.

PS: Este país ainda não está à temperatura que permite a revolta. É ver a violência com que actuam as populações da Europa Comunitária quando se revoltam nas ruas contra as medidas de austeridade dos bancos que nos governam. As suas greves são verdadeiras manifestações reivindicativas. Em Portugal, como não podia deixar de ser só quem faz greve ou está reformado ou tem emprego para toda a vida. Basta verificar que os que estão a receber dinheiros do RSI e do Fundo do Desemprego nunca, mas nunca se integram nas manifestações que mais parecem romarias a lugares sacrossantos. Habitam nos cafés e nas tascas!

O wikileaks deu uma da sua graça e nela o Portugal sombrio viu a luz do sol. Uma desgraça que foi de imediato desmentida e com muita força. Até parecia a mulher apanhada em acto adúltero pelo espantado marido a responder assim: meu bem, não é nada disso que você está pensando.

mmb

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