quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Balancete sobre a evolução do homem português que saltou de uma ditadura para uma democracia sem saber o que se passa à sua volta. Por Plotino Bento-villa

O português pobre que por acaso tivesse  trabalho estava reduzido a viver para reproduzir-se, esticar-se para  pagar a renda ao senhorio e a comer bacalhau em dias de festa e carapau dia sim dia sim durante os dias infindáveis da semana. Invejava o "rico" que possuia viatura e tinha comprado habitação. Tudo a prestações, claro. Como o vinho era barato e às vezes marado, beber e futebol era mais um ato cultural do que um abaixamento de cidadão comparado com os europeus que viviam para lá de Espanha. O governo de então mais os orientadores espirituais - cristãos romanizados -tudo faziam para o tornar no homem feliz longe das poucas vergonhas dos franceses e sobretudo das francesas como a Bardot toda nua debaixo de lençóis em filmes proibidos ou muito decepados de cenas que ofendiam os seguidores de um divino que engravidou uma jovem recém-casada para poder salvar a humanidade que ele próprio construíra a partir do barro. Trata-se do Deus europeizado dos judeus para que fique claro a exposição. O pobre português só tinha um sonho como objetivo : emigrar para poder poupar algum para a casita. Às vezes até dava para comprar um carrito. Neste estádio económico-social eram conhecidos por os franceses. Este estatuto permitia-lhes comer carne e em dias de festa um bom bife de carne da vazia que vinha de França ao preço de 70 escudos o quilo. Bom, isto é apenas uma aguarela. Havia também os ricos, mas esses viviam em "guetos" com a criadagem e os seus filhos eram tratados por meninos. Estes ao contrário dos putos aprendiam francês não para ir lavar as retretes dos franceses mas, imagine-se, para ler pensadores além fronteiras, muito corrosivos e perigosos. Alguns viraram intelectuais,  logo comunistas. Bom, isso fica para outra ocasião.  

... o então pobre português que é  feito dele hoje? : "foi obrigado a estudar". Muitos conseguiram alcançar escalões sociais de respeito. Mas o que é certo é que com estudos superiores ou não, os filhos dos portugueses pobres puderam comprar carro e casa a prestações. Ou arrendar casa. Nada lhes falta. Porém, trabalham só para pagar a renda ou prestação da habitação, para pagar o carrito e até se dão ao luxo de fazer alguma refeição em restaurante. Ficam sem dinheiro é verdade mas podem sempre recorrer ao crédito através de uns cartões que lhes são oferecidos por instituições de boa vontade que são os bancos. Como tudo muda, o peixe que era o alimento dos pobres passou a refeição de excelência, passando a carne com muita proteína a alimentar, digo engordar os novos ex-pobres mas, efetivamente, falidos. Falidos no sentido de que por mais que ganhem com o fruto da riqueza que produzem existem organizações que se encarregam de os chupar até à toca. Refiro-me aos impostos e à venda de prestações de tudo o que existe sobre a terra e que ele precisa para ser gente. São os novos escravos mas eles não compreendem. E ainda bem senão a vida era - como dizia o outro - uma permanente luta de classes. Safa! Muito mais há a dizer sobre os novos pobres portugueses mas eu vou evitar gastar mais tempo com isso não só porque não ganho nada como tenho pressa para ir papar o meu pequeno-almoço que por acaso está pago com as minhas poupanças. 

PS: O novo português (pobre), hoje, pode votar e com isso escolher quem o represente. Pode alterar o modo como se vive. Só que o raio do pobre vota sempre nos representantes (Partidos) dos que têm parceria com os bancos e com os senhorios do mundo. Até certo ponto está certo. E digo isto porque segundo a Santa Madre Igreja, pobres sempre os haverá. E que eu saiba os pobres são sempre os primeiros a ouvir  e a acreditar na Palavra do Senhor. Tudo para depois viveram com Deus e os seus Santos no Reino dos Céus. 

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