quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Debate recoloca António Costa na dependência do BE e do PCP

No debate de hoje à tarde, tanto o Bloco quanto o PCP entregaram ao primeiro-ministro a carta de confiança para continuar a governar. Governar já sem condições, diga-se. Foi o melhor que fizeram, porque nestes tempos mais próximos, os antigos coligados (ppd/cds) preparam-se para - juntamente com Marcelo, e este de uma forma indireta  - desbastar  a imagem do executivo de Costa com o fito de provocar novas eleições. O discurso de ontem de Marcelo foi bastante arrasador. Marcelo sabe que cairia sobre si o opróbio de muita gente - que o pensa "bom homem" - se resolvesse desfazer de um momento para o outro o "governo do povo" por causa de um desastre ambiental que assassinou 45 pessoas. Lembram-se da Princesa do Povo? Costa também caiu no goto cá da malta.  Tanto BE como PCP, seus acompanhantes,  já não são os tais tresloucados da Luta de Classes que assustavam imenso os padres curas deste país. Arrecadam também simpatias! O PPD, pela boca do seu novo líder, queria que Costa apresentasse uma moção de confiança "à maioria que o apoia". Costa apanhado de surpresa, assustou-se por momentos com a estratégia do adversário. Mas foi sol de pouca dura, pois quando Catarina e Jerónimo intervieram repuseram a paz que ele tanto precisa para governar. Já o efeito CDS - que procurará fazer de cabeça da direita na próxima terça-feira - passou desfalecido. O CDS vai propor uma Moção de Censura ao governo. Não terá utilidade técnica mas pode servir de motivo para unir a direita e permitir ao inquilino de Belém julgar que existe alguma perturbação social. Quem é que é dono da bomba atómica, quem é? Costa tem de dar a Marcelo meia praça e enfrentá-lo com as sondagens que ainda o dão lá em cima. As sondagens são, hoje, o melhor amigo de Costa, pois são a prova da aprovação popular e que servem para mostrar a Marcelo para que este fique quieto. O discurso de Marcelo, nitidamente em rotura com Costa, pode ter dado início à divisão do país em direita e esquerda. Coisa que já não estávamos  habituados. Aguardemos quem vai respeitar o que resulta do relatório da Comissão Técnica Independente. Estou convencido que aquele aponta para qualquer coisa parecida com o que se leu no relatório katrina, que segundo consta foi uma grande tempestade tropical. Só que não fala nas causas remotas... o costume. 

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