terça-feira, 28 de junho de 2016

quanto custa um referendo? ora, dê-me dois, por favor. como é que disse? disse referendo, não vê que sou um boneco de ventríloquo?

há muito que os portugueses desistiram de assumir uma identidade própria. somos uma espécie de camponeses velhacos que vieram dos vales e montes para o litoral a ver se papavam mais qualquer coisa para aconchegar a barriga que isso   de trabalhar para os senhores da terra mal dava para comer e havia que enviar as filhas para lisboa, para, na mira de um próspero futuro, arranjar uma boa casa onde servir e, talvez, com com um pouco de sorte, caçar um polícia para esposo, que isso é que era promoção. lisboa florescia com entra e sai de gente de fora e de repente loja aqui loja acolá obrigou-a a transformar-se num viveiro de pequenos e médios donos de estabelecimento. hoje, com a promoção psicolinguística surgida com a  convulsão abrilista, são designados de empresários; médios ou pequenos conforme os impostos. para além disso cultivámos - para melhor sobreviver - a denúncia, a mentira e a distorção da realidade durante um certo tempo até que uma classe de homens - filhos legitimados desse comércio - tomaram a seu cargo a sua gestão. estou a referir-me aos políticos. antes desta classe ter surgido no nosso panorama social já esta questão (política) era tratada pelos filhos diletos da santa madre igreja. que muito bem os preparara para orientar os reis e as rainhas na gestão das coisas da coroa, coisas essas (impostos)  que depois passaram a ser conhecidas por negócios de estado. o negócio, mais tarde, fugiu-lhes das mãos sem eles darem por isso. bom, mas afinal o que são os políticos? eh pá, é aqui que entra a minha má língua. e sem pedir desculpa, vou continuar. depois de matutar muito tempo dentro e fora do mar do estoril e cascais (que tem estado uma maravilha. não tem preço!) verifiquei que não há diferença entre os primeiros filhos dos lojistas e os atuais políticos. para eles tudo é negócio. com a diferença é de que os seus ascendentes vendiam produtos de várias qualidades: nabos, chouriços, panos, cabedais para os quadrúpedes, flores para putas, senhoras sérias e altares, pão e bolos, etc. estão a ver? se não estão a ver eu também não. não estava lá. os lojistas são pois os pais dos atuais políticos. esta é uma tese que é minha e não só não a apresento como tese de mestrado porque não tenho dinheiro nos bancos. (o que é uma sorte!). porra, como é que eu vou escrever sobre referendos se me estou a estender? ah, já sei! quando se criou o embrião da futura união europeia, o engodo foi criar um espaço que teria por finalidade servir o consumidor em moldes democráticos. que bonzinhos que eles eram! esse grupelho foi crescendo até se transformar numa enorme tesouraria. dinheiro por todo o lado. pareciam as escadas da casa da banqueira do povo cheias de sacos de dinheiro. alguém ficou com eles. depois a benfeitora acabou na prisão sem um tusto. o costume! aquela loja que dava inicialmente pelo nome de comunidade europeia do carvão e do aço era um foco apelativo para muitos desgraçados. entre estes estávamos nós, pobres, sem o império e  de mão estendida à caridade dos novos unidos na europa. mas vaidosos, pois tínhamos acabado de criar   uma constituição que colocava a revolução francesa no bidé da cleópatra. aquilo é que era defender, apoiar, dar e distribuir riquezas aos mais pobres (que ainda não eram considerados consumidores)! um louvar a deus! e é de louvá-lo pois os filhos dos lojistas permitiram que os consumidores votassem neles. que democratas! esta constituição foi obra dos mais inteligentes dos filhos dos antigos lojistas que tal como os progenitores procuraram vender um produto. neste caso abstrato, imaterial e espiritual que servia às mil maravilhas a ansiedade de ser alguém provindo do poveco. eh pá, aquilo é que foi votar impante e de fato de ver a deus! ficámos compostos com a constituição. tínhamos conquistado identidade política. durou pouco. às tantas os filhos dos lojistas começaram a vender outra ideia. portugueses: nós agora somos europeus! nada de nacionalismos que fica feio. aliás, muito feio, que até parece racismo quando se defende o nacionalismo lusitano. com este produto apregoado, aquilo é que foi mamar dinheiro da grande loja dos unidos do aço alargados. nós até  chegámos a pensar que éramos iguais aos alemães, aos franceses e até ingleses.  os filhos dos lojistas enriqueceram e davam loas, vivas e beijinhos para  o ar e voltados para o norte da europa. depois, a loja dos unidos disse-lhes: vocês (era para nós portugueses) vão governar a europa durante 6 meses. eh pá, que cagança minha nossa irmã lúcia! bem, tivemos altos e baixos. mais baixos que altos. hoje, quem somos? será que  ainda mantemos a nossa identidade, aquela que tínhamos adquirido quando aderimos à união europeia?  não! há muito que somos bonecos de ventríloquos. por exemplo, se o nosso primeiro-ministro for de direita, só diz o que o ventríloquo quer que ele diga. e se for de esquerda? o mesmo e mais forte! então, historicamente temos: lojistas, os filhos dos lojistas que deram em bonecos de ventríloquo. isso dará para uma tese? é  difícil pois umas vezes o boneco fala francês, outras inglês e outras alemão afeminado. e quanto ao referendo? oh, porra, isso é com o ventríloquo!
m-bento varett





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