terça-feira, 21 de junho de 2016

ingleses? isso o que é? pressportugal entrevista varett

pressportugal:
como comenta a situação internacional, mais precisamente a "questão inglesa"?

varett:
acha-me com cara de comentador! eu sou apenas um fala mal de tudo. mas aqui vai, pois tenho um certo tempo antes da ida à praia, meu desporto preferido: os ingleses são uma raça...

press:
raça?

varett:
só existe, por enquanto, uma só raça humana como é sabido e "confirmado" antropologicamente. porém, como eu não aprecio os ingleses, designo-os de raça para os desprestigiar. os ingleses servem-se dos outros povos com menos experiência política. os chamados trouxas. os portugueses são trouxas porque serviram os ingleses umas vezes como lacaios outras como entreposto comercial dos seus interesses. os ingleses só conseguiram êxitos no continente europeu ocupando portugal e dispondo deste a seu bel-prazer. todos os outros povos correram com eles e deram-lhes luta feroz. até os dinamarqueses os invadiram. paparam as suas fêmeas e os governaram. os vikings tinham muito tesão!

press:
não foi o que lhe perguntei!

varett:
você acha que eu sou um criado dos ingleses? eu só respondo o que me interessa. se lhe convém, muito bem. senão deixe-me em paz que tenho de descansar um pouco mais antes de ir à praia. compreendeu ou quer acabar por aqui?

press:
ok, faça o obséquio!

varett:
bom, aos longo dos anos, esses cabrões aprenderam como ninguém uma atividade a que se costuma dar o nome de diplomacia. é com ela que têm enrabado todos os povos que com eles lidam. menos, claro, com os alemães dos anos quarenta que os iam transformando em cachorros quentes muito antes das carrinhas que os vendem nas ruas terem sido inventadas. neste momento, salvaguardando as diferenças, os ingleses estão perante um fato parecido com o que se passou na europa da segunda guerra. isto é, a alemanha tinha tomado e dominado a europa ocidental e mais uns milhares de quilómetros além danúbio. a europa germânica (tal qual como hoje é, mas sem peça de canhão) crescia a olhos vistos e a inglaterra ou lá como aquela porra se chama a si própria de reino unido só andava aos papéis. a europa estava "pacificada" pelos hitlerianos e isso significava paz e lucro. só uma guerra daria à economia inglesa um balão de oxigénio. receberam um tal coronel de gaulle e fizeram dele porta-voz da frança livre. este dirigia a guerra contra a alemanha numa rádio aquecida no inverno e arejada no verão. 

press:
o senhor não vai contar a história da segunda guerra? já basta vermos aquela excelente série que dá pelo nome de uma aldeia francesa...

(varett, começa a rir alto e quase a gritar)

varett:
eh pá, meia dúzia de tarecos a discutirem como é que iam fazer frente e derrotar  o mais poderoso exército do mundo, na altura. ah, ah! a alemanha venceu a frança numa semana. e depois os alemães paparam todas as francesas que queriam comer um paté de foie e cujos maridos não conseguiam arranjá-lo no mercado negro. que  delicioso produto! eu só repito o que vejo na "aldeia francesa".  só quem se lixou foram os judeus que foram assassinados por alemães e franceses. misérias deste mundo! 

press:
estou perdido!

varett:
está como os ingleses perante a europa comunitária. esses bifes de merda (li o joão magueijo e gostei) julgavam que iam mamar os dinheiros da união. foderam-se porque tiveram de desembolsar mais do que receberam. e como são chulos já estão a querer saltar barco fora. já não têm os estados unidos a ajudá-los na destruição da europa alemã e a pô-los novamente a chupar tudo e todos. esses filhos de puta - que só criam carneiros - passam a vida a beber os nossos melhores vinhos e a comer a nossa melhor carne de bovino, etc. e para lhes limpar o cu aceitam portugueses que se encontram desempregados e que não têm futuro à vista. isto é, teriam se não fossem vítimas de quadrilhas que se instalaram em todos os organismos do estado. portugal ou foi governado por ingleses ou por quadrilheiros. aqueles filhos de uma cadela depois de os estados unidos terem vencido os alemães deixaram que o regime ditatorial de salazar permanecesse no poder para melhor nos governarem. explico: os ingleses têm experiência do regime democrático mas dão-se muito bem com regimes fascistas pois estes servem os seus interesses. é que as ditaduras mantêm a paz à custa da repressão. esta paz faz com que consigam chupar nas calmas as riquezas e o trabalho de povos como o nosso. caminhos de ferro, companhia de telefone, matérias-primas das nossas colónias, era tudo deles. 

press:
eu queria era saber dos tempos de hoje!

varett:
cale-se e deixe-me tergiversar!

press:
o senhor parece o outro!
(riram-se muito e durante o tempo de uma benção papal)

varett:
a inglaterra, ou melhor, os comerciantes ingleses querem ficar livres desta europa para se unirem com  os estados unidos.

press:
com os estados unidos?

varett:
a união europa-germânica representa um mercado de 600 milhões de consumidores. a inglaterra está aos papeis neste mercado e os estados unidos precisam de novos mercados. há muito que pouco ou nada petiscam por cá. este é de novo um mundo germânico. a única coisa que de cá levaram foi o apoio político nas invasões que fizeram para dominar os territórios produtores de petróleo. só destruindo o poder  económico alemão é que poderão conquistar de novo a europa com os seus minis e casamentos reais. os ingleses perderam em toda a linha das novas e atuais  necessidades consumistas. só uma guerra contra a alemanha os poderão salvar. hoje, a inglaterra tem pouco poder em portugal mesmo com aquela merda do tratado de windsor a lembrar o quanto lhe devemos. aqueles bebedolas puseram-nos de costas contra a espanha, contra a frança, contra a alemanha e não contentes com isso ainda nos governaram durante séculos. meteram na nossa cabeça que tínhamos sido nós a ganhar aljubarrota para que a independência daí derivada servisse os seus intentos de expansão. depois empurraram-nos para ceuta com aquela trupe dos filhos de filipa de lencastre que eram conhecidos por ingleses. no século XVIII e princípios do XIX eram eles que nos dirigiam politico e militarmente. deram-se ao luxo de enforcar portugueses que se queriam ver livres deles. porra, quando tudo apontava para nos vermos livres deles ameaçaram-nos com invasões quando quisemos ligar o território entre angola e moçambique. mandaram-nos um ultimato! oh seus filhos de puta! só que desta vez eles não nos servem de grande coisa nem como amigos nem como inimigos. nós, os trouxas dos portugueses, já percebemos que também podemos ser gente. e só voltados para a espanha ou união europeia é que conseguiremos sobreviver. os ingleses sempre nos deixaram com uma cana verde nas mãos que  não serve para nada nem para meter no cu das bifas que se passeiam nas terras algarvias na esperança de serem montadas pelos profissionais magriços. 

press:
como classifica o papel de rebelo de sousa neste cenário?

varett:
 nunca apreciei o presidente enquanto comentarista. mas como presidente da república devo dizer o seguinte: de fato a ideia de unir os portugueses mesmo em termos de afeto traz consigo um princípio de identidade inquestionável. é que estivemos durante muito tempo perdidos quanto a identidade. o 25 de abril destruiu oito séculos de historieta própria. foi-se o identitário nacional e em substituição impuseram-nos o clubismo partidário. a elite que nos governou dividiu-nos para seu proveito. marcelo está a transformá-los - com a sua permanente hiperatividade - em competentes funcionários públicos. antónio costa dá uma ajuda neste aspeto. para já é o que precisamos.

press:
para terminar: e o problema da caixa?

varett:
tem o mesmo problema que eu tenho?

press:
não entendi!

varett:
você é estúpido ou nunca ouviu a sentença da minha avó?

press:
não conheci a sua avó! diga lá!

varett:
onde há dinheiro há ladrão!

press:
minha nossa!

varett:
qual minha nossa qual quê! dirija as suas preces para carlos alexandre!

press:
meu nosso, agora é que vão todos dentro!

(uma espécie de peça de teatro popular)


(o grande juiz encontra-se sentado numa secretária atafulhada de pilhas de papel. centenas de dossiers acham-se encostados às quatro paredes do quarto. uma janela, ainda não consumida pela montanha  de processos, deixa passar a luz do sol através de vidros à prova de bala. debaixo do rabo do magistrado está um exemplar do correio da manhã que apresenta na primeira página uma foto enrodilhada de um ex-político acabadinho de sair da cadeia. está muito calor. é verão nacional. carlos, o super, encontra-se em mangas de camisa. sua tanto como quando leva a virgem aos ombros na sua aldeia natal. é fã de deus e de sua amantíssima mãe. um cinzeiro vazio de beatas acolhe uma borracha. não fuma nem bebe. não é de praias e se alguma vez vai molhar os pés fá-lo sempre com um chapéu de chuva, herança do avô materno, que o defende dos ultra - violetas - )

super juiz:
saraiva! ó saraiva!

saraiva:
(nome escolhido à sorte)
sim meretíssimo!

super juiz:
falta-me aqui uma folha com o número 34.888 do processo "avia-te na caixa". rápido que a quero aqui quanto antes!

saraiva:
esse processo já cá não se encontra!

super juiz:
o quê! onde é que para?

saraiva:
na torre do tombo, excelência!

(continua)







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