quinta-feira, 17 de julho de 2014

o que trouxe de arrasto o movimento salarial e promocional denominado de revolução de abril, senão a entrega do estado português à banca!


vivíamos num regime político muito diferente do atual. havia quem o  chamasse de fascista, ditatorial, confessional e outros epítetos correspondentes. havia uma ordem de rigor que abocanhava todas as classes sociais. havia naquele tempo classes sociais muito distintas. neste tempo também as há com muito mais imposição. porém, não é delas para que apontam estas linhas. nesse regime todo e qualquer cidadão era vigiado pela polícia política e pela maioria do povo português que se vigiava a si mesmo. tanto é assim que os agentes da polícia política podiam ser contados pelos dedos. já os bufos e os pré-bufos eram como as formigas. tudo sabia (do verbo saber)  a pide (polícia política para quem já nasceu depois da rotura com o antigo regime). a pide acumulava sucesso sobre sucesso devido a um povo de bufos, fidelíssimos da santa sé e outras instituições difusoras de amor ao próximo. no tempo do carmona e do salazar (fósseis que nos governaram anos e anos) havia uma instituição que era muito temida e respeitada. refiro-me às forças armadas. se não lhe dessem o conforto que elas aspiravam a coisa poderia tornar-se feia para o lado dos políticos. um pequeno exemplo para breve matar securas: os açores - ilhas adjacentes de baleias e tunídeos - eram governados por duas aberrações. a saber: um governador civil e um governador militar. tinham um papel importante? tinham, sobretudo nas procissões religioas quando aperaltados um de casaca e outro com os penduricalhos bélicos davam passos cadenciados e orientados pelo som das bandas da música que acompanhavam um cristo que usava um esplendor ( objeto desviado dos açores para substituição das pedras falsas com que um penitente do novo mundo o presenteara). estala a guerra nas possessões portuguesas do planeta. e ala que se faz tarde. toda a minha gente teve que bater com os costados em terras longínquas. por acaso safei-me por sofrer do coração. já não foi mau, pois escrevo ainda vivo. salvo seja! no começo das hostilidades , os oficiais das forças armadas esfregaram as mãos de contentes que nem um mouzinho de albuquerque. só que os habitantes desses terrenos a quem lhes tiraram as terras e outros bens não materiais já não estavam a defender a sua honra e território de tanga e zagaia. usavam armas modernas e exército organizado. resulta daqui que era preciso que houvesse mais oficiais para dirigir as operações de guerra, pois era disso que se tratava. o governo de então foi buscá-los aos estudantes que cumpriam o serviço militar. e depois, porque era assim mesmo, teve de os promover. eles foram a carne para canhão. nessa guerra morreram à volta de 20.000 soldados portugueses... as promoções ofenderam os oficiais de carreira que iam ficando para trás nas promoções. daí que e para abreviar começaram a reclamar reunindo-se aqui e ali. só numa só vez reuniram-se 400 numa cidade pequena. claro que a pide sabia das reuniões pois o poveco a informava sempre que havia um ventinho mais forte a soprar pela calçada. o que queriam os oficiais do quadro (uma espécie de elite social)? mais dinheiro e galões. certo dia resolveram mexer-se e foi a desgraça quase total. não fora a padroeira de portugal e a sua visualizadora terrena  a irmã lúcia terem-se empenhado junto a javé e tínhamos sofrido mais uma guerra civil. bem, os militares-elite deram um golpe e conseguiram derrubar o governo. não tinham plano b para o que desse e viesse. tanto é assim que o grande chefe spínola foi obrigado a aceitar adendas num  chamado programa das forças armadas. e isto tudo por causa do povo que encheu as ruas para ver as balas e os canhões. e não havia maneira de arredar pé nem mesmo com avisos dos oficiais da eleite para irem para casa dormir. esta consequência alterou o plano pacífico daquela elite.  desta balbúrdia surgiram uns carolas que se armaram em revolucionários sem nunca terem lido ou ouvido falar de revoluções populares. só quando estudaram no liceu é que os professores falaram acerca da revolução francesa. acontecimento muito longe que deu em cortar o pescoço a uma tal antonieta... nesta área eram uns analfas de primeira. aprenderam rapidamente com o povo esfomeado que não precisa de ler marx para invadir propriedades. neste caso foram as dos privados. a toda a hora o programa expandia-se como a lepra, juntando mais uns dizeres para enfeitar. até que apareceu uma alínea que dava para caçar os pides. pudera, se não fosse o povo começar a folia de os apanhar na rua a pide ainda estaria aí para o que desse e viesse com a mesma designação. um dos grandes chefes da revolução de abril tinha sido condecorado pela pide e dava pelo nome de general costa gomes, mais tarde presidente da república indigitado e feito marechal antes de bater a bota. perdão, isto não era para ser divulgado... outra consequência das reivindicações da elite militar foi a de que a soldadesca deixou de obedecer a quem quer que fosse e negou-se a ir para a guerra. acabou-se a guerra e claro houve logo uns políticos-novos que se aproveitaram da onda para substabelecer posições nos camaradas. quantos mais melhor pois os partidos sem gente não são ninguém. concluindo: as duas constituintes imediatas aos afazeres desrespeitosos da elite militar foram: o povo descontrolado, o que serviu para grandes assaltos pela parte de todos àquilo que não lhes pertencia; depois veio a desobediência dos soldados, daí que o portugal histórico afunilou. no tempo de dom joão I isso nunca podia ter acontecido por causa da ajuda dos mercenários que não eram nacionais. faço-me entender? claro que não! agora saltemos para uma das últimas e mais vergonhosas consequências provenientes do chamado 25 de abril, o tal que construiu a ponte que era do salazar. no tempo logo atrás e também logo a seguir mas mais moroso, quem era funcionário público nunca tinha o dia certo para receber o seu vencimento. na privada  davam-se casos em que a data em que os trabalhadores deviam receber passava para modelo de apostas. é já amahã. ou talvez depois. toda a gente gemia. de um momento para o outro tanto o estado quanto os patrões da privada começaram a pagar ao segundo. dia tal e logo o dinheirinho  já cabia na conta dos esfomeados, outros nem tanto. que alegria beata lúcia! mas o que se estava a passar? a banca, meus senhores. a banca! até o estado passou a ser considerado pessoa de bem. e que bem, pelos funcionários que antes o execravam por causa da incerteza de calendário dos pagamentos. a banca foi fazendo a cabeça ao estado e depois apropriou-se do mesmo estado. neste caso, o nosso. como foi possível? através dos lacaios que os senhores da banca colocaram ao seu serviço dentro do estado e que ao mesmo tempo serviam a banca. era uma rebaldaria. tipo elefante branco das meninas. havia putas de todas as cores e feitios. era vê-los sair do governo e entrar de cabeça na banca e vice-versa como uma espécie de sexo oral que para muitos não é sexo. dizem,  que eu de sexo já nem tenho dinheiro para ir ao banco. perdão às putas. quer dizer, hoje em dia os estados estão nas mãos da banca assim como as moças estão nas mãos do tráfico sexual que dá para todo o serviço. a culpa de eu escrever assim recai no platão. que mania de escrever alegorias, sobretudo a da caverna. e a alegoria da caverna queria dizer o quê? que um desgraçado - que fora agrilhoado desde que nascera numa caverna escura como breu e que só podia olhar em frente onde visualizava sombras falantes por via de uma luz que lhe aquecia o cu (logo, estava por detrás dele, logo projetava sombras) - se libertara. e que quando chegou ao portão se espremeu todo por causa da claridade. chegado aí, e passados uns minutos em que a luz abrandou de intensidade que não de velocidade,  deu graças à palas atena pois ficou a conhecer a realidade ou a verdade. como era democrata-cristão resolveu voltar para junto dos outros agrilhoados (tinha-me esquecido que o vesgueta estava acompanhado) para lhes apregoar a boa nova. diz-me irmão qual é a boa nova, perguntou um dos escurinhos (era escuro devido à falta de luz)? que o estado é uma banca, respondeu o do agora luz.
ps: "estamos fodidos!" bem, isto fica para próxima letranovela
mmb

Sem comentários:

Enviar um comentário