o velho-novo reformado em frente às câmaras de tv expressa a sua reclamação pela sua justiça em pleno terreiro do paço : eu passo bem, agora com dois filhos casados a meu cargo, uma nora que fuma como uma chaminé e dois netos que tiveram de abandonar o colégio privado, como posso dormir descansado? qual será o futuro deles com esta crise? sim integro esta manifestação para que se faça justiça. repórter (feminina): depreendo que estão desempregados. velho: uma pena. um é sociólogo e o outro tirou comunicação social. ah, e minha nora tem uma licenciatura em psicologia. uma penina! minha senhora, despega a repórter: pode dizer para a nossa estação os motivos que a levaram a integrar este grandioso momento popular? olhe para as minhas mãos. já nem posso frequentar a calista e a manicure. eu sustento a minha filha mais o homem com quem ela casou. tenho de - para além deste sacrifício - pagar os seus cafés e os cigarros. imagine que até o bilhete para a bola sou eu que entro com os malditos euros! por mim não havia problema. sou professora reformada. vivia tão bem até estes garotos irem para o governo. que faziam os dois? eram relações públicas num grande empreendimento turístico holandês. ó menino, vejo que tem aí um cartaz? o que o move? o menino: quero a minha mesada, pois o governo roubou o meu pai e agora ele já não tem dinheiro para mim! o que é que fazia o teu pai? dava aulas num ginásio para gordas encalhadas para os lados de benfica. e foi de desgraça em desgraça portuguesa que ficámos a saber (por dedução) que os manifestantes não passavam de antigos membros da média burguesia em vida depauperada. uns cantavam outros divertiam-se ao ler os escritos dos cartazes revolucionários. se os meios de comunicação tivessem feito um bom trabalho ficaríamos a saber o que de facto se passa no país. mas não. preferem transmitir as manifestações anódinas durante horas e a entrevistar aleados e que mais parecem o reavivar as antigas romarias do século XIV. em lisboa, contam as crónicas coevas que dom pedro I encabeçava uma caterva de foliões que cantavam e dançavam loucamente nas ruas. as actuais romarias terreiro do paço via marquês/ avenida da liberdade são mais chegadas às que o bom e idiota povo faz a fátima terra de fé. alguém pensa que o milhão de desempregados passa fome? que não recebe da segurança social o que lhe permite viver sem trabalhar? não, não passam fome! um milhão de portugueses sem o mínimo (que foi durante muitos anos a tabela do nosso viver comparado com aquilo que chamávamos de estrangeiros) para matar a fome já tinham comido vivos ministros e polícia mal estivessem 24 horas sem comer nem ter de dar de comer aos filhos. o governo faz contas e sabe que pode mandar os professores para o desemprego, assim como alguns funcionários públicos. que pode retirar "excessos" em reformas e vencimentos. que pode cortar no despesismo dos ministérios chegando criminosamente a transformar as forças armadas numa guarda suiça. que descobre todos os dias onde chupar o sangue dos portugueses inventando todo o tipo de impostos e taxas. que que os patrões aproveitaram o alarme dos mídia e da lei para fecharem as suas empresas que já não lhes enchiam o pandulho como antigamente. o governo sabe que - à imitação dos imperadores romanos - atirando pão e circo que a plebe fica-se por uma espécie de um recalcitrante coro feminino da emissora nacional. o governo sabe que 190 generais (alguns a empurrar um pé com o outro e outros que já não conseguem segurar um pingalim) não se põem a fazer revoluções. todos eles foram arrumados com bons vencimentos e vidinha sem guerras. os sargentos - que nunca foram cerebrais - apenas querem mais algum e promoções. não são suficientes para enfrentar a polícia do governo que entretanto se especializou contra certo tipo de golpe. soldados? bem... em 1974 as mulheres que estavam integradas nas fa só serviam para dar injecções... há poucos e poucas. muito poucos e não têm noção nenhuma do que é uma guerra. ah, no afeganistão, há portugueses bem pagos! money, you know? quando este governo começou a querer cortar nas gorduras estava a dizer que as gorduras era o povo que as levava para a frigideira da casa portuguesa. não são estas as gorduras que um estado pró-socialista condena. neste momento, o governo de passos coelha está a querer cobrar mais nos grandes vencimentos com a enorme alteração do irs. não tem outra solução. como estartégia, passos tudo fará para se manter no poder e manter-se no poder é permitir que 3 milhões de portugueses vivam sem morrer de fome. refiro-me aos desempregados e aos pensionistas. para além deste manter a plebe comida e bebida há o circo. para isso tem a ajuda dos meios de comunicação social nacional. com a excepção de alguns trabalhos da rádio difusão portuguesa o que temos é um lixo que entrou na cabeça da população e que a anestesiou. espectáculos e espectáculos tipo americano invadiram todo o espaço. o produto de língua portuguesa que nos entra em casa é uma bosta que já nem fede pois secou. a juventude não tem nada na cabeça. os nossos palhaços jovens e esquerdistas não passam de reles publicitários do grande capital. as raparigas ou querem ser modelos ou actrizes. algumas tornam-se acompanhantes. a sua preocupação primordial é fazer crescer as mamas com silicone à imitação da estupidez estado-unidense. temos intelectuais? sim! os que debuxam à volta do partido comunista ou a ele são simpáticos. são os únicos que têm espaço privado no actual panorama capitalista. o português de hoje para além de cultivar o individualismo está cheio de caca no cérebro. temos gente com massa cinzenta? temos, são alguns dos nossos comentadores. pudera, ao menos isso. os prémios culturais só são entregues aos da panelinha. eh pá, tal e qual como no tempo do joaquim paço d´arcos..., mas ao contrário. os prémios pecuniários são entregues a imbecis que cresceram entre ranho e estrumeira e que escrevem sobre galinhas, cabras e velhos sábios que não sabiam sequer escrever. tornam-se revolucionários mal deixam de mamar, para depois se instalar à nababo na sociedade que condenavam. a par desta desgraça intelectual salva-nos a intervenção de um vasco pulido valente, por exemplo. esteve um mês sem aparecer e gerou-se um vazio impressionante na imprensa escrita. última parte deste texto é para dizer que toda esta panóplia de reformas em que todos estão a ser apertados - enquanto a maralha tem as fuças na pia - serve para abrir as portas da máquina do estado a um grupo internacional que tem vindo a instalar-se nos estados mais fracos para depois dominar os mais fortes. este grupo internacional tem nos governos já "infectados" alguns dos seus conselheiros como assessores. mete-se pelos olhos adentro. dizer nomes para quê? eles já se declararam como tal. na europa comunitária aguenta-se a alemanha, por enquanto. mas, por exemplo, a frança já está a abanar. a espanha, idem, idem, aspas, aspas. e a itália? e a grécia? já não podemos parar este tsunami financeiro. só temos que nos adaptar sem nos ferirmos. podíamos fazer mais por impedir esta desgraça neo-esclavagista? não! repare-se que rico vota em partidos que os defendem. enquanto o pobre vota nos partidos dos ricos que os enganam sistematicamente. sei que estão a chamar-me nomes. é bem feito que assim seja. há 10 milhões de portugueses. destes, 9 milhões são os desgraçados. em quem votam? e os operários em quem votam? ah, e há até partidos - um pelo menos - que disputa eleições. olha, e até tem um operário à frente dele. e eles não votam no partido que mais se identifica com o seu penar e gemer... e eles não votam... e são operários, camponeses, pobres e desempregados... olha, e eu é que sou reaccionário... parabéns ó passos coelho! mereces o povo que te elegeu!
manuel melo bento (açoriano, português e reaccionário)
ps: não disse palavrões. penso que por isso o dr. josé de almeida vai ler este texto até o fim.
nb: corrigi a palvra depauperada
nb: corrigi a palvra depauperada
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