domingo, 8 de abril de 2018

O Português é Hispânico; espanhol? (1)

Com o fim do nacionalismo oficial do Estado Novo, acabou uma certa fraseologia muito circunscrita à nossa realidade imperial, herança  dos antepassados,  comerciantes-aventureiros, sedentos de tesouros, de marfim, especiarias, escravos, etc.  Ficámos reduzidos - depois de perdidas dezenas de milhar de quilómetros quadrados de possessões  - a uma faixa ocidental da Península Ibérica ou Hispânica. O que é isso de iberismo? Pergunta perigosa e muito vigiada outrora pela Polícia Política. Agora já a podemos formular. Quer dizer muitas coisas, por exemplo, a fusão de todos os Estados  ibéricos  a todos os níveis. Salvo seja! Porém, havia e há quem por esta opção abra a mão. Como eu nasci em  plena vigência do Estado Novo, e por este fui infetado, doer-me-ia muito ver-me fundido a Espanha. Salvo seja! Mas, já agora que vivemos em democracia surgida depois da bandalheira dos esquerdistas paridos pela Revolução dos Cravos que terminou no 25 de Novembro de 1975, falar pode-se. (Bandalhos que entravam dentro das casas de civis a altas horas da noite para os prender...) Bem, não é por aí que quero ir, mas sim pela questão de livremente levantar questões de todas as maneiras e feitios. Na Península Ibérica existem várias nações. Entre elas a Nação Portuguesa. a Nação Catalã, a Nação Andaluza, a Nação Basca, a Nação Castelhana, a Nação Galega... Um livro escrito pelo antigo Presidente Mário Soares, falava explicitamente em cinco nações. Destas nações aqui referidas, "parece-me" que há duas que são países independentes: Portugal e Castela ou Espanha. A Espanha subjugou todas as outras nações umas vezes a bem, outras a mal e outras através de casamentos reais. No entanto, estas nações possuem uma assembleia legislativa e um governo próprio. Cantoria própria e bandeirinha.  A Única que fixei foi a da Catalunha. Por acaso bonita. Esses nacionais votam e elegem os seus representantes. Tal qual como nós, só que, calma aí, não são países independentes na medida em que não têm representação internacional. A sua diplomacia é engendrada pelo Governo Central. Não há Ministro dos Negócios Estrangeiros. Não têm também Forças Armadas. Nós sim, mas claro já não podemos declarar guerra a possíveis inimigos porque agora quem manda na gente é a UE. Por exemplo, hoje, soubemos que um soldado nosso foi ferido no Cu de Judas (coisas do Lobo Antunes, escritor). Calma, que segundo o Presidente da Nação Portuguesa, ele está bem de saúde. Não passou de um susto! Uf, ainda bem! Quer dizer, ao contrário das outras nações quem manda cá dentro somos nós! Nada de engasgos. Claro, por exemplo, no que diz respeito a fornecimento de  águas, são os espanhóis que nos dizem como nos devemos comportar. Por exemplo, na questão da energia nuclear são eles que põem e dispõem. Claro que a compramos a eles! Qualquer coisa de restos químicos (lixo tóxico?) próximo da fronteira - em que eles não nos ligaram patavina - ficaram onde eles o determinaram. Até para entrarmos na União Europeia tivemos de ir de mão dada com eles. Senão estávamos ainda na lista de espera.  Na questão da Catalunha, a nossa diplomacia portou-se à altura dos rastejantes. Pudera, não? Nós crescemos em diversos setores económicos, a Espanha também. Melhor dizendo, nós crescemos quando ela cresce. O contrário é o mesmo e mais forte. Estaremos perigosamente hispânicos? É por isso que no grosso do mundo nos confundem, que julgam que isto aqui  é Espanha. E o nosso Ronaldo que é o que é hoje Portugal; imagem para o Mundo? Coloquem-se duas fotos lado a lado. Uma representa o mapa de Portugal. A outra Ronaldo. Até a freira mais virgem gritaria: Ronaldo/Real Madrid.   Joga no Real Madrid! Madrid capital de Espanha. Eh pá, isto é tudo Espanha!!! Real Madrid-Ronaldo ganham tudo! Upa! E a nossa política contra o que fazem aos animais? Que maldade é essa de picar touros? O Partido dos Animais nada pode coitado. Terá de esperar que acabem as touradas em Espanha... Claro que nós do nosso quintal vemos o mundo ao contrário dos outros.  E pior do que tudo nos tornámos imitadores de um real cada vez mais longe. Se tivéssemos uma cultura sólida não caminhávamos na corda bamba. Que fazer? Potenciarmos a capacidade para denunciar a mediocridade e expulsá-la através dos meios ao nosso alcance. E quanto à  inveja característica ingénita do ruralismo ancestral? Eh pá, já é tempo de a Igreja dar uma mãozinha.

(1) - in Dicionário Priberam: hispânico. adj. Relativo à Hispânia; espanhol. Cons. net.

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