sábado, 14 de abril de 2018

O politicídio de António José Seguro e suas consequências nacionais

António José Seguro foi, após a queda do socialismo à portuguesa em junho de 2011, uma espécie de espiche a ser utilizado  num tonel esburacado.  Perante o desnorte dos socialistas, no recontro com o renovado, juvenil e vencedor Partido Social Democrata, chefiado pelo sofisticado Pedro Passos Coelho, homem de palavra escorreita-burguesa e de uma finura de trato nunca utilizada por anteriores líderes partidários, usualmente dados a exageros de linguagem e de comportamentos, ninguém dos nomes sonantes do PS se predispôs a encabeçá-lo no putativo deserto que esperava a elite socialista.  Todos recolhidos que nem crias de chita por medo a leões das proximidades que aí vinha tempo para queimar aspirantes à cadeira do poder. O esperançoso Seguro - a quem coube substituir José Sócrates por via de eleições internas -  foi-se queimando a lume brando e numa de Javé (YHWH) acautelado ia dizendo: qual é a pressa em quererem-me estorricado qual bacorinho da Mealhada?  A partir de certa altura e perante a ineficácia da direção do Partido Socialista (que diga-se pouco poderia ter feito mercê da maioria parlamentar da direita PSD/CDS), os Grandes do Rato, cheios de saudades da cadeira do poder e da necessidade de orientar e dominar os dinheiros públicos, deram início a uma campanha que tinha por objetivo  infantilizar António José Seguro pois queriam-no mais mordedor. Quem, na altura, estaria apto a derrubar o seu último eleito Secretário Geral e dar início ao combate político senior? António Costa nem mais! Estava a fazer um ótimo trabalho na pluripartidária Câmara de Lisboa. Era uma espécie de Dom João II, mas sem adagas. Costa era o único cérebro a dar a cara por um PS sequioso de estatuto que não o de oposição. O PS na oposição coça-se muito. É muita comichão para peles tão delicadas. Aquele monarca tratou ele mesmo da saúde do cunhado de uma forma violenta. Tudo em nome da centralização do poder e do Estado - que ainda o não era (julgo eu que não estava lá). Costa sente ou empurram-no para se fazer sentir PP (Príncipe Perfeito). Onde está o seu Diogo (Duque de Viseu)? E num golpe à la Gardère, corrijo, enfia-lhe  um bate-papo atordoador e lá foi Seguro pregar para a universidade dos políticos. Disse-me a  Tia Margarida Antónia, que adora falar mal, que foi a partir daí e até hoje a única vitória  obtida por António Costa. E que a  seguir ao politicídio de Seguro  nunca mais ganhou nada. De facto não precisa ganhar seja o que for pois é tudo lucro. Nunca um líder político esteve tão sozinho de responsabilidades quanto Costa. Está ali a ver a moda passar e a distribuir azares a este e àquele. Dividir para reinar! Todos os que o rodeiam não passam de assessores. Centeno é o seu principal assessor. É o ilusionista  das finanças. Vieira da Silva das esmolas. O assessor dos incêndios que foi substituir a senhora dona Urbano tem cá uma  lata enferrujada  de todo o tamanho. É tecnicamente um bombeiro ao serviço das palavras quentes. Incêndios, o que é isso? O Presidente Marcelo, embora ainda não se tenha tornado assessor, é o espelho de que tudo vai bem no governo.  Costa deixou Marcelo ser uma espécie de vice-primeiro-ministro ambulante. Quem vê um vê o outro. O prof. Marcelo não para. É uma espécie de Mário Soares viajante. Está aqui está a cavalgar a tartaruga das Seychelles. Leva a simpatia portuguesa para todo o mundo. Onde está? Ontem, diziam-me que se encontrava no Egito. Com as pirâmides   ao fundo, qual Napoleão ei-lo numa de querer arqueólogos nacionais a escavacar as areias do Vale dos Reis. Portugal está a crescer, e Costa? Neste momento foge do Bloco que o está a chatear por causa de uns dinheiros que ele não quer distribuir. Só falta a Costa deixar o PCP a berrar sozinho para se pôr ao lado de Marcelo, ambos soltos cheios de afetos para dar. É que as eleições estão aí estão à porta. Mas Marcelo não tem nada a ver com elas! Mas tem Costa e nada como uma campanha barata à custa de uma colagem a Marcelo. É só sorrir a seu lado que os votos saberão onde entrar. 

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