sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

o nosso deputado em são bento: pela realização de um golpe mortal nos arranchados e irresponsáveis presumíveis representantes do povo

pedem os candidatos, em tempo de campanha eleitoral, que confiemos nas suas promessas. defenderão o seu distrito ou a sua região dita autónoma (?) com todo o fulgor e entrega. o cidadão vota. o candidato é eleito. vejamos um pequeno exemplo dos muitos que diariamente têm existência por esse país fora: determinado grupo industrial, por manobras do camano, consegue urbanizar uma zona protegida ou um parque natural e instala neles uma unidade fabril. quando começa a laborar dá-se início a um sem números de crimes ambientais. paro por aqui, para já. um grupo de cidadãos, cumprindo um ato de consciência cívica, procura pelo "seu" delegado ou aquele que deputa por eles na casa do povo (credo) e que lhe levou os votos em troca de ir defender os seus interesses. já em são bento: "sabem os senhores que a partir de agora são todos os deputados que irão defendê-los." diz-lhe um utente de subvenção vitalícia que encontraram , depois de perdidos na sala do risco e que tinha cara de naião e apresentava-se com um penteado tipo fivela de prata em sapato de presbítero. nada disso, a gente veio aqui para falar com o homem que nos levou os votos e que assegurou que nos ia defender. é que neste momento as nossas ribeiras estão a sofrer descargas de produtos tóxicos o que tem levado à morte de muitas cabeças de gado. "ainda bem que me diz isso" diz o fivela de prata interrompendo-os pois tinha pressa para ir a um encontro marcado com um marchant dali a minutos. então, gritaram em uníssono os agora abananados eleitores: o que devemos fazer? "muito bem, é com muito gosto que vos aconselho a dirigirem-se ao ministro do tal-e-treque. aqui têm uma minuta. muito prazer e adeus" e lá se foi - um dos muitos que deputam na casa do povo - para ir realizar os seus negócios. entretanto, aquele que parecia ser o líder dos mimético-ecologistas tomou em mãos a minuta e começou a ler. rapidamente um guarda à civil os informou que teriam de sair da casa do povo. como? "sim, os senhores têm de sair senão poderão a estar a incorrer  num ilícito". resumindo, os já promovidos a bananas escreveram até hoje 7 cartas ao ministério. respostas? uma porra! telefonam? sim. e depois? depois, nada! ah, entretanto, um guarda republicano em serviço florestal levantou um auto contra desconhecidos... meus queridos, o nosso sistema democrático permite algo muito esquisito mas facilmente denunciável: os cidadãos caíram numa armadilha da qual não sairão, pois quanto mais se mexerem mais apertados ficam. este exemplo só serve para ilustrar o fato de como não há a quem pedir responsabilidades. é o sistema. de fato, se aquele terreno específico que era considerado reserva natural onde existia um ecossistema privilegiado foi transformado numa pocilga de desperdícios industriais há que pedir contas e responsabilidades a quem foi passada a carta de representação daquela comunidade agora sujeita e incríveis intoxicações. e quem detém a carta? o que vai deputar os interesses locais e que é pago para tal. lembram-se do deputado do queijo limiano que desobedeceu ao seu chefe e que se aliou aos prosélitos do beato guterres - então primeiro-ministro socialista - para receber em troca do seu isolado apoio político  benesses para o seu distrito? um ato normal, mas que foi condenado pela bancada do seu partido. disseram que se tratava de um ato politicamente incorreto. isto tem remédio? vou-vos contar um pequeno episódio que aconteceu ao meu avô materno que para mim era fascista. fascista porque não era comunista nem democrata! quando jovem magoou-se na canela ao chocar com um caixote. fez ferida e tentou tratar na base de nitrato de prata. nunca mais a ferida sarou e chegou a tal ponto que o médico em 1905 (o ano de eisnstein) o aconselhou cortar a perna. ele sofria com dores em certos dias. como ele era homem alto e bonito (não o digo por ser meu avô, pois eu não gostava dele) optou por ficar com a ferida aberta para toda a vida. como ele era rico movia-se no fim da vida sustentado não por uma mas sim por duas bengalas de castão de prata... para além de lhe terem de mudar os pensos todos os dias e por duas vezes. bem, e se me acontecesse o mesmo? eu penso (só estou a pensar) que optaria por cortar a perna que me doesse. o mudar de penso corresponde a eleições. o cortar a perna é aceitar que alguém faça uma revolução do tipo do 25 de abril mas com objetivos sociais e não cooperativos. só assim poderíamos exigir que os deputados eleitos para são bento haveriam de responder e prestar contas individualmente. isso obrigá-los-ia a afrontar os interesses que lesam a comunidade. já vai longo o texto, espero ter-me feito compreender.
mmb

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