segunda-feira, 4 de julho de 2011

as mulheres que eu amei

as mulheres que eu amei perseguem-me em sonhos. nestes, eu nunca tomo a forma humana. às vezes sou um cão, outras um búfalo. aquelas que me abandonaram (elas é que nos abandonam, e se se dá o contrário é por que isso tem utilidade para elas) são hoje verdadeiros trilhos pedestres. enrugadas e com os rabos descaídos meteriam medo a van gogh se este as apanhasse em auvers-sur-oise. por vingança e porque elas nos sonhos parecem ainda estar muito comestíveis, resolvi pintá-las. a duas delas tirei-lhes uma perna. aquela a quem poupei o esfrangalhamento membral pu-la de cócoras e nua. aliás, a todas lhes tirei as roupinhas. hoje, o dia correu-me bem. formei uma troika com dois filósofos e fomos até à praia. estava um verdadeiro delírio. não há preço para este mar e este sol. e nós a usufruir deste maná do criador judaico-cristã. as gajas passam e por que o tempo contou estupidamente para a malta, elas não dão pela nossa presença. só nos resta respirar o mesmo ar. é uma porra, mas que se há-de fazer? é relembrar o passado e as vezes que as comemos. todos os lugares serviam. éramos naturalistas à força. pudera, dinheiro escasseava ao contrário do saudoso tesão. não me apetece escrever mais nada. sou o patrão de mim mesmo. patrão que não paga que se vá foder.

mmb

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