segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

TRÊS BALÁZIOS DIRIGIDOS A CABRITA. ESTARÁ JÁ O SENHOR MINISTRO POLITICAMENTE MORTO?

Se por um lado encontramos uma dupla ou tripla coesas que defendem intransigentemente os atos e comportamentos de Eduardo Cabrita, por outro detetamos um  grupo ou conjunto finito que o quer derrubar. Vou explicar-me seriamente sem estar a fazer pilhéria, coisa de que às vezes sou acusado. 
Quem está a favor de Cabrita não como um adepto de futebol mas como compagnons de route? Até agora temos o primeiro-ministro e alguns membros do executivo que não têm outra saída senão estarem a defendê-lo ou a defenderem-se...  Ressalve-se Mariana Vieira da Silva, Ministra de Estado e da Presidência, que não me parece estar em qualquer dos  lados da balança de juízos. E digo isto pelo que assisti na conferência de imprensa de Cabrita onde Mariana também estava. O que foi? A cara com que ela enfrentou a saraivada de disparos  que Cabrita mimoseou os jornalistas. Bem, bem ou mal esta é a entourage que mantém Cabrita como ministro. Defende António Costa o amigo ou o político e  suas intervenções que alimentaram as diatribes do Ricardo Araújo Pereira? É cedo para responder. Pergunte-se ao ao Primeiro- Ministro  que é a melhor maneira de se atingir metafisicamente a verdade.  Penso que por aqui não deve  haver muitas dúvidas acerca deste meu raciocínio. Da minha parte não tenho, pudera.

Os três balázios:

Primeiro - O modo como Cabrita lidou com o caso do cidadão ucraniano assassinado por forças policiais em nome do Estado que ele superintende politicamente demonstrou a sua falta de tato e perspetiva. Não previu a avalanche que aí vinha. Não teve sensibilidade suficiente para entender globalmente a condenação futura pela opinião pública nacional e internacional pelo  assassinato de um inocente emigrante que estava preso em condições medievais nas masmorras de um aeroporto em pleno século XXI. A morte de inocentes e as sevícias policiais descontroladas na pessoa de cidadãos não foram por ele tratadas convenientemente. Não teve coragem para limpar das polícias os verdadeiros facínoras que nas esquadras se acoitam . Se o tivesse feito a tempo  a imagem das polícias não estaria tão degradada. Deixou as polícias em autogestão coisa imperdoável politicamente falando.

Segundo - A visita do Diretor Nacional da PSP a Belém. Se foi a seu pedido a audiência com Marcelo isso significa que aquele diretor não tem confiança em Cabrita para tratar de assuntos de Polícia. O diretor não reconhece no Ministro da Administração Interna o poder de gerir o seu ministério. Cometeu o erro de não ter respeitado a hierarquia. Pode sair-lhe bastante caro. Cabrita devia tê-lo exonerado mal tivesse conhecimento do facto. Se por acaso o diretor da PSP lhe pediu autorização para se deslocar a Belém e Cabrita o concedeu, então Cabrita já não funciona, já não está em condições. A República de Bananas não está assim tão longe. Quer dizer, já não temos um Ministro da Administração Interna, temos sim, um amigo do dr. António Costa que o segura já não politicamente numa secretária lá para os lados do Terreiro.

Terceiro - Este é um balázio diabólico. Se o Presidente aceita receber um alto funcionário do Estado a pedido deste sem dar conhecimento ao seu superior hierárquico, no caso Eduardo Cabrita, o Presidente mais não faz do que fazer-lhe a cama, desautorizar o ministro diretamente e já agora o primeiro-ministro por tabela. Se o Presidente dá a conhecer ao Primeiro-Ministro de que vai receber o diretor da PSP, e Costa não objeta, então temos a saída de Cabrita nos próximos capítulos de acordo com a cumplicidade de ambos os representantes dos dois órgãos de Soberania. Se o diretor Nacional da PSP foi convidado pelo Presidente e este não dá conhecimento a Costa, então temos o caldo entornado. E guerra Marcelo vs Costa não é crível. Não creio nesta hipótese por causa da proximidade de eleições. Mas em política há coisas estranhas... No entanto, António Costa pode ter pedido (secretamente) a Marcelo para convidar  o diretor para depois Costa ter força moral suficiente para "expulsar" o amigo Cabrita que só está a criar problemas à sua governação malheureusement às portas da "nossa" Presidência Europeia. Salvo seja. É preciso limpar a cara e a saída de Cabrita vai dar cá um jeitão.

PS: A questão de fazer desaparecer o SEF implica o costume: sempre que é preciso enfrentar situações que abalam o regime parido pela Revolução dos Cravos, os políticos que nós escolhemos para nos representar criam novas leis. Realmente, ninguém está seguro com esta malta.

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