sábado, 16 de junho de 2018

Só na América os europeus que "ainda" não eram americanos dizimaram 500 nações índias. Quantos crimes nas nossas consciências?


E Portugal? Vou deixar para o fim... 

A Bíblia, uma espécie de Código Sexo-Sócio-Penal proveniente de experiências religiosas, políticas, sociais, económicas, psicológicas, etc, de uns tantos pastores nómadas, habitantes de desertos orientais que sofreram vislumbres mitológicos distintos dos do consumo da época e que saltou  para a Europa e arredores sendo adotada por esta  à falta de melhores respostas sobre as amarguras e profundezas humanas. Tem barbas com milhares de anos que até custa somar. Ele era profetas adivinhadores (uma espécie de bruxos de Fafe mas com compridas barbas), ele era um recolhido em açafate nas águas do Nilo  e que veio a manter uma conta-corrente com um deus único criado à medida das suas necessidades para espanto das gentes e que com ele mantinha um gabinete de  consulta para tudo e mais qualquer coisa. Ah, até emanava dos céus receitas de cozinha, amores e etc. Nessa Bíblia pode ler-se que quando o deus se zangava mandava aniquilar inimigos a torto e a direito. Nessa Bíblia, considerado Livro Sagrado, já se falava em escravatura. No Génesis (parte dela), Abraão ter-se-ia servido sexualmente de uma escrava da própria mulher. Quer dizer os nossos códigos de conduta e de "justiça" vêm desde há muito estruturados pelos ditos dos sábios do deserto há muito escritos em papiros. Matar e escravizar tornara-se um hábito. Todos os povos que se organizaram por meio de guerras (haverá outros?) acabaram por se habituar a matar e a escravizar gentes. Nem mesmo com as conversas suaves de um outro profeta que apelava ao amor, os povos europeus se  submeteram às suas orientações de vida. Refiro Jesus chamado o Cristo. Homem bom e com um sentido muito diferente dos seus patrícios. Tão bom e justo que acabou por o colocarem num altar catapultado em divindade. Foi assassinado por judeus que não gostaram de o ouvir. Quer dizer, por onde quer que me vire é só mortos e mais mortos, umas vezes por ganância outras por sobrevivência. Só que, e aqui é que a porca furou o pico, matar e escravizar tornou-se numa espécie de prática moral. Vejamos o atual exemplo americano. Basta ver as séries que os americanos fazem sobre a sua própria e atual História para percebermos que os seus maiores cometeram e cometem tantos crimes de homicídio quantos cabelos de barba tinha dom João de Castro lá para os lados do século XVI. Ele é mandar matar tudo que mexa em certos territórios em que o amor por eles seja duvidoso, mesmo que o alvo  esteja acompanhado  com crianças e mulheres indefesas. Matar a sangue-frio, diga-se em abono da verdade. Em nome de quê? Já não sei. São os próprios americanos que exploram as causas. A maioria das causas é construída por interesses duvidosos. Matam enquanto a Sociedade das Nações (hoje, ONU) faz versos. Convém esclarecer que os americanos nos crimes históricos que cometem sobre a humanidade de uma certa região são acompanhados pelos seus cúmplices europeus. Como são os mais conhecidos são eles que arcam com as culpas. E os europeus? Bem, também a História não os poupa. Milhares de anos a matar e a escravizar e a comercializar africanos. Alemães e belgas foram de uma grande bestialidade chegando a praticar genocídio oficial. Existem reportagens fotográficas dos seus "feitos". Franceses, espanhóis e portugueses embora não praticassem o genocídio oficial têm nos seus curricula milhares de mortos e escravidão ferocíssima  sobre toda a espécie de povos que foram encontrando, mormente os africanos. Estes foram as suas maiores vítimas. Os árabes estão inocentes destes crimes de escravidão? Não, não estão! Foram também eles fornecedores de mão-de-obra escrava. E quando em guerras foram vencidos também se  tornavam escravos. Quer dizer, não nos podemos voltar para qualquer ponto cardeal sem esbarrarmos com o impensável. Alguns portugueses estão preocupados com a realização de um futuro Museu das Descobertas. Sim, é de estarmos bastante preocupados porque heróis cantados nas creches  e escolas e mesmo em universidades passariam de um momento para o outro lado. O lado dos maus. Continuar a "estudar" a nossa História tão recheada de boas interpretações ou procurar mostrar a outra face? São esses "criminosos" e seus feitos a quem chamámos egrégios avós e que construíram o Portugal dos compêndios é que devemos transmitir aos nossos descendentes? Façamos como os americanos: Segurança Nacional. fica tudo em família. Isto é, os mortos e os vivos. A SIC apresentou em madrugadas seguidas um programa realizado por americanos que dava pelo nome de House of Cards. Confesso que em algumas cenas eu perdi-me a rir. O Presidente dos Estados Unidos contrariado pela sua Secretária de Estado em assuntos muito delicados para ele e que o poderiam levá-lo a demitir-se, pura e simplesmente empurra-a pelas escadas abaixo esperando que a poderosa  mulher morresse da queda. Antes, em capítulos anteriores, ele mata com as próprias mãos um dos seus conselheiros para a Segurança.  Embebeda-o e depois intoxica-o. Também a mulher do Presidente catapultada para a Vice-Presidência e que dorme com o amante na Casa Branca num quarto à parte,também comete um assassinato na pessoa do mesmo. E por que o faz? Porque o amante vai escrever um livro biográfico onde iria relatar os homicídios do marido. Esta série não é realizada por iranianos. Esta série é da responsabilidade de americanos. É ficção? Sim, deve ser. Porém, eu ainda tenho presente na memória o video real que mostra o assassinato ao vivo de Bin Laden por uma força de fuzileiros. A ordem para matar veio diretamente da Sala Oval. Bin Laden é morto estando na cama a ler um livro. Não consegui saber se se tratava de O Alcorão. Era uma atenuante para o crime? Não sei! Não estava lá. Só sei que deviam levá-lo a julgamento como o fizeram aos genocidas nazis em Nuremberga. Se fosse em Portugal, respeitar-se-ia a presunção de inocência. Eis porque somos muito mais civilizados (penso eu). Se cometemos crimes no passado remoto ou menos remoto que ainda paira sobre as nossas cabeças, devemos ou não mostrá-lo ao Mundo através de um Museu que trataria (em verdade e rigor por princípio) a morte, a escravatura e a nossa participação nelas em cumplicidade com alemães, ingleses, franceses, belgas, americanos (da América independente), indianos, espanhóis? Um Museu do tipo psicanálise ou uma farpa permanente na consciência nacional? Espero já não andar por cá porque isso  chatear-me-ia a molécula que é como diziam no meu tempo os que fugiam às aulas daqueles chatos que sentados nas mesas do magister dixit pregavam, pregavam e pregavam sobre espadas enormes nas mãos de homens medonhos a quem Jesus Cristo abençoava com os dedos em V e enfaixado em nuvem  branca. 

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