sábado, 5 de maio de 2018

Crimes de sangue não! Mas bandidos e corruptos são tão necessários como o pão nosso de cada dia.

Habituados a viver numa constante mentira tratada e veiculada pelo Estado e pela Igreja condenávamos o crime e os delitos que ambas  determinavam e indexavam . Diz uma destas instituições  que a propriedade  é sagrada. A outra que se deve amar o próximo como a nós mesmos. Na história dos Estados e das "Casas Religiosas" o que na realidade acontece é que são estes que assaltam a propriedade dos cidadãos. Fazem-no cobrando impostos, taxas, etc, a quem cria riqueza. Os que fogem ao pagamento, sendo apanhados, comem prisão e perdem o que possuem. No antigamente, esses impostos serviam para pagar banquetes, vícios e o deboche de uns quantos que até tinham à sua conta  guardas armados para melhor obrigar  camponeses e outras vítimas a ceder o fruto do seu trabalho. No decorrer dos tempos as vítimas às vezes revoltavam-se e saindo vitoriosas  obrigavam "os senhores" a dividir qualquer coisa do que pilhavam. E daí aparecem escolas, hospitais, etc. Tanto o Estado quanto a Igreja passavam a vida a punir quem os imitasse. Assaltar até podia dar forca e ousar amar o próximo longe da orientação divina dava para se arder que nem uma tocha viva depois morta. Saltemos: quando o Estado e a Igreja enfraquecem surgem organizações de criminosos não oficiais que criam muita riqueza que fica longe das garras delas o que lhes dá poder e permite depois infiltrarem-se naquelas duas instituições  passando a orientá-las e dirigi-las. Nada do que aqui escrevo é segredo. Olhemos para a Praça do Marquês de Pombal. Quem foi? Foi (a História o confirma e não eu) o testa-de-ferro de Dom José I que chefiou uma quadrilha oficial que para além de ter mandado matar opulentos  proprietários se apropriou dos seus bens.  Tem uma estátua e está acompanhado por um leão (naturalmente domesticado para o defender de outros quadrilheiros). Fizeram-lhe uma estátua, meu Deus querido! Deus trino, diga-se. É uma confusão que dava para se ser queimado que nem pão no forno se uma pessoa tivesse a insensatez de questionar tal trino disparate arengador da lógica natural que não a mística... Muitas estátuas comemoram gente diferente e são justa homenagem? Com certeza que sim! A dos mártires... vítimas daqueles, por exemplo. Saltemos: é preciso que o povo matute e que lhe abram os olhos para que perceba que há criminosos (não de sangue) que trabalham por sua conta e risco que são úteis à sociedade muito mais do que   os que estão instalados em instituições oficiais. Sem a atividade dos criminosos não oficiais a economia colapsa.  Uma coisa é certa: gente séria e trabalhadora (os idiotas) não podem, por exemplo, comprar apartamentos de luxo. Só quem rouba, assalta, trafica, vende a alma, negoceia com o pó de anjo, quem vende gato por lebre, quem corrompe e é corrompido, quem utiliza bancos como armadilha para caçar poupanças, etc, é que pode aspirar possuir coisas de sonho para burgueses. Para se construir um aglomerado de apartamentos de luxo são necessários operários. Operários que estão no terreno para os construir. Outros operários que trabalham nas estruturas metalúrgicas. Operários que trabalham na indústria vidreira (os apartamentos ficariam ao sabor do vento encanado sem vidros). Lojas de ferragens e outros utensílios para que um apartamento de luxo seja mesmo de luxo. Estas lojas dão emprego a muita gente. Que operários trabalham em tubagem? Que operários se especializam em instalações elétricas? E os operários que pintam? E os operários que trabalham nas limpezas, no lixo? E as cerrações que trabalham em boa madeira  para as portas das casas desses ricos? E o que os ricos pagam de luz, água e gás que alimentam outras tantas instituições que têm tantos operários e trabalhadores que por sua vez sonham com uma casita e um carrito? E casas e casas para sustentar os sonhos dos pelintras? Não serão necessários outros tantos operários para que sejam construídas? E os carros de luxo que exigem engenheiros e operários especializados para que se faça a diferença entre a plebe e o alto criminoso? E os correeiros  que tratam dos estofos de luxo para que suas excelência assentem os traseiros à altura dos seus teres e haveres? E as mulheres dos criminosos que frequentam as lojas da moda? E a indústria da moda que vive mantida com os milhões que os ricos suspeitos despendem para que as suas senhoras sirvam de petisco às revistas do coração que  por sua vez lhes relata as suas vidas opíparas que a plebe ignara compra para sonhar o que permite obter receitas para pagar a trabalhadores e "jornalistas"? E a alta prostituição que é caríssima, não são os altos criminosos quem a pode sustentar? Onde mulheres "dotadas", do tipo Vénus de Citereia, conseguem amealhar fortunas e com elas se permitem viver luxuosamente o que se traduz por investir em tantas áreas  que dão trabalho a imensa gente. É cabeleireiras, pedicuras, ginásios, bons restaurantes, passeios em iates, etc. Pode algum desgraçado, mesmo sendo ministro ou coisa equiparada, que só ganhe para comer e sobreviver higienicamente, fazer crescer a economia e dar trabalho a quem precisa? A resposta é não. Pelintra da nação  consome pouco e barato. Gente séria e poupada mata a economia. Depois de enumerar alguns aspetos (faltam muitos mais como a saúde para os tais  ricos, etc) há a acrescentar as vagas de emprego que os altos ricos do crime obrigam os Estados a colocar  em concurso. Centenas de magistrados, centenas de inspetores, centenas de polícias não fazem outra coisa senão perseguir o rasto do dinheiro dos altos ricos. E quando o descobrem lá vai o dinheiro para o Estado que fica com ele, o que é uma maravilha. Todos ganham, pois o dinheiro está sempre em movimento. Basta um porra-tonto exibir um par de sapatos italianos para que duas dúzias de magistrados, quarenta inspetores e uma centena de polícias comecem a vasculhar a sua vida privada. E se esse mesmo porra-tonto adquirir um topo de gama, lá vai o dobro de pesquisadores para o terreno. Isso é que é dar trabalho! Ora imagine-se que os magistrados, os inspetores e os polícias deste reino -  de um só duque - apanhavam e prendiam por muitos anos todos os altos ricos do crime? O que nos aconteceria? Era uma verdadeira desgraça. Fechavam os restaurantes de luxo, as cabeleireiras ficavam de pentes a abanar, a construção civil de luxo e médio luxo despedia os seus operários, as agências dos carros à altura dos grandes senhores do crime fechavam, os alfaiates à medida e as empresas da moda saiam da Avenida da Liberdade e procuravam reinstalar-se na Rua Maria Pia, a Felícia Cabrita ia lavar o chão da Procuradoria, os telejornais abririam com missas cantadas e dispensavam dezenas de palradores que ficavam sem pauta , o Fado voltava às tabernas, as mulheres em vez de serem semanalmente mortas pelos seus homens passavam só a ser sovadas lá de vez em quando por causa do respeito marital que anda pela rua da amargura, os motoristas dessa gente passavam a protetores da baixa prostituição sem ordenado fixo, haveria maior oferta no mesmo mercado e o Correio da Manhã sofreria uma quebra de anunciantes, o Partido Socialista fundia-se com o CDS, o Partido Comunista conseguiria uma maioria relativa na Assembleia da República, no Alentejo ninguém mais viveria descansado, a estátua de Salazar era reposta no Pátio do antigo SNI, o Cardeal Patriarca incitava os fiéis a doaram os seus bens à Igreja para alcançarem o céu e baixava o preço das Bulas, alguns ricos portugueses que tinham escapado ao furor  alexandrino tornavam-se fazendeiros no Brasil, os portugueses que trabalhavam em Angola seriam repatriados fazendo aumentar o número dos sem-abrigo, o Miguel Esteves Cardoso para sobreviver (fechavam-lhe a coluna) ponha-se a vender castanhas quentes à porta sul do Colombo, a Ponte Salazar/25 de Abril fechava ao trânsito, os trabalhadores da Carris nunca mais faziam greve, o Arménio Carlos estaria a fazer um doutoramento na Albânia depois de ter dado o salto, os médicos eram obrigados a repetir os exames do último ano do curso, a TAP passaria a voar apenas para as últimas possessões atlânticas, no Santuário de Fátima os milagres suceder-se-iam aos magotes, os pobres passariam a dirgir-se aos ricos de chapéu na mão, o Calcitrin passaria a ser vendido a prestações,  etc... enfim, espero que não matem a economia... e tudo por uma questão de sobrevivência e de moral. Isto é, ser corrupto ou mesmo bandido de crimes em que não haja derramamento de sangue é do interesse público. Querem que volte a repetir? 

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