sexta-feira, 5 de agosto de 2016

jornalista ana lourenço no pódio. assunto: galpistas 1


ana lourenço, com aquele ar de testemunha sofrida pelo  crime político no bíblico gólgota, é daquelas jornalistas muito preparada e de fino trato, coisa que vai rareando nos dias de hoje. creio que se alguém ousasse cantar uma ária, por exemplo, como ella fitzgerald - mítica cantora de jazz -  e produzisse qualquer coisa com  mais de cem decibéis  que ana se quebraria qual taça de fino cristal. sem interromper os seus convidados, fá-los falar e discernir como melhor podem. hoje, por volta das 22 horas e mais qualquer coisa, começou com o prof. freitas do amaral. o professor, homem de grande cultura política, parecia um examinando perante o terrível chumbador de letras borges de macedo. o assunto galpistas faz fazer falar falar falar e nada dizer de concreto. fiquei na mesma e não percebi  até onde queria chegar freitas do amaral. como ana lourenço ia aparecer de novo na pantalha, lá me deixei ficar com o boneco na mesma estação televisiva, isto é, rtp informação-3 (que ultimamente tem subido uns pontos). fiquei de novo satisfeito com o que ouvi da boca dos seus dois convidados. um era professor (de quê? não ouvi) e o outro um ex-ministro. o professor disse claramente - e isto acerca do tema quente e ultimamente sempre presente: galpistas - que todos se viraram contra os secretários de estado beneficiados-galp e esqueceram-se de acusar a galp como tendo cometido algo que o código penal pune com multa e/ou prisão. o homem parece ser dos tesos. quanto ao ex-ministro, vale dizer que ele sobre o  mesmo tema disse algo que se enquadra  nos bons costumes da política lusitana: receber presentes. até ao ponto de uma vez consigo  - para não ser indelicado com os dadores - deixou que a bagageira do seu carro ficasse cheia de chouriços e outras coisas que não percebi bem o que eram. quem ofereceu a chouriçada não ia aceitar desfeita do senhor ministro. lá foi para casa o ministro com o carro a abarrotar (exagero meu) de mercearias que dariam para uma casa de família remediada durante uns tempos (exagero meu).  este assunto, como eu  atrás (sem modéstia alguma) vaticinei, vai fazer tantos estragos que vai parecer o vulcão dos capelinhas e a respetiva leva emigratória para o states. com certeza que a galp terá de ir a tribunal assim como outras empresas que por baixo da mesa têm distribuído farinha, leite, salsa, banha de porco, azeite, dormidas, etc., a políticos. não haverá neste país um magistrado que - perante as centenas  e sistemáticas  denúncias  surgidas nos ocs - os tenha no seu lugar e faça o que tem a fazer. isto é, polícia à porta e para dentro com eles   da viatura da judiciária que nesses casos corre a toda a brida para fugir aos flashes dos repórteres antecipadamente avisados? 
varett

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