quinta-feira, 26 de maio de 2016

a igreja não só tem raízes territoriais como conseguiu infiltrar-se e permanecer nos circuitos neuronais da maioria da população portuguesa...

um nome sonante que representou no passado uma guerra  sem quartel contra a igreja dava pelo nome de afonso costa. resultado da humilhação a que sujeitou bispos, freiras, padres e crentes? o reforço da igreja de roma assente desde sempre entre nós, e tão "necessária" como pão para a boca para a maioria dos crânios lusitanos. nada a fazer. o povo tem inclinações pagãs e há que "respeitar" isso. isto é, fornecer-lhe do que precisa ou fizeram crer que precisa. passados mais de cem anos, um outro costa, neste caso antónio, viu-se como primeiro-ministro a ter que tratar um ataque indireto à dita igreja de roma e nossa também, organizado por um moço que se fez eleger ministro da educação. costa não deve estar associado a cem por cento a este combate, creio eu. a escola pública deve estar em primeiro lugar. a privada que se desenrasque pois isso não faz parte de um estado republicano e laico. bocas infantis. não somos um estado republicano nem laico. vou explicar porque isso de cabeças duras é coito cerebral dos portugueses. não falo das exceções porque as desconheço. devem ter emigrado. bem, em vez de estado republicano deve dizer-se estado partidário de tendências não monárquicas. em relação a estado laico, olhai senhores para o céu que há muito burro a querer negar o que é evidente. a igreja de roma, meus senhores, exceção ao tempo do liberalismo e primeira república é portugal. em portugal até os ateus são católicos. digo eu no meu fraco entender. vou encurtar esta conversa de chacha ao enviar o ensino privado para o seu espaço, como compete a um estado não laico. o moço-ministro mais não está a fazer do que impor a constituição portuguesa ou carta europeia (como se diz dela nos corredores da comunidade pelas costas dos nossos representantes) na área do ensino. é ingénuo como qualquer seguidor ideológico sem experiência no mundo da política. e porquê? porque a igreja está por detrás de todo o ensino privado. e se alguma unidade se apresentar a ela desligada vejam bem os seus laços ocultos para onde vão parar. historicamente a "escola" nasce por mérito da igreja. e daí para cá? os seus renegados resolveram dar uma de dissidentes e foram tentar criar outra por aí. é através de atos beneméritos que a igreja enche o papo. ela faz caridade à custa do que recebe dos fiéis e de todos que queiram salvar a alma no seu reino. o seu reino? sim uma bela invenção que dá lucro do grande. tanto assim é que até tem banco para arrumar projetos de fé e caridade. dólares, euros, enfim, a fé é que nos salva. só na ajuda que recebe do estado na "pequena" área que cobre creches, infantários, pré-primária, ciclos e universidades, aquela piedosa instituição arrecada qualquer coisa como metade dos juros da dívida pública. credo! ora, mexer com o dito "ensino privado" é mexer na pia batismal, perdão, caixa das esmolas que serve para fazer outras esmolas. eu dou razão à igreja. isso não se faz. o seu ensino é criterioso e evangélico. tem qualidade? penso que sim dentro de um certo prisma é melhor do que o ensino público. em certa medida, por ser elitista é de fato melhor. em percentagem, claro. o ensino público ainda não encontrou o seu verdadeiro objetivo. não se compreende o que pretendem os seus mentores ao enfiar na cabeça de uma juventude toda a trampa proveniente das visões político-partidárias da esquerda e da direita. os professores integrados no ensino público são mestres de sebenta. preparam cabeças para funcionar de uma certa maneira e descuram a formação do ser português social e crítico. aqui sim, poderíamos mudar este sistema viciado pelas clientelas da igreja e da política. que são as duas maiores desgraças desde a falsamente chamada formação da nacionalidade. a igreja quando sair zangada e armada do seu coito divinal cai o governo e costa assinará juntamente com o velho afonso - também costa - o fim de mais uma tentativa de  deslocar do erário público para os altares a milenária instituição que é aí de onde não devia ter saído.

varett

ps - com certeza que o texto é tão confuso como são confusas as intenções dos que pretendem fazer guerra contra os seus inimigos  vencidos em eleições. se amanhã outra fação se alcandorar na caixa do erário público havemos de assistir a uma política contrária à atual. a discussão sobre o sistema educativo nunca pode estar prisioneira da guerra entre público e privado sem se saber se se aposta na evolução do ser português  ou na continuidade da sua repelente e histórica menoridade. um sistema educativo é um ato global. é para todo o povo!

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