O Teatro espicha, a Música atrofia, a Dança espreme-se, as Livrarias afogam-se, Os Jornais liofilizam-se, as Revistas esboroam-se, a Pintura apadrinha-se, a Escultura esmifra. Refiro-me a áreas de Cultura como sendo a rigorosa raiz de desenvolvimento. Outros aspetos culturais como sejam revistas do coração, jornais de escândalos, etc.não são para aqui chamados dado que são derivados comerciais a que não faltam as clientelas pagantes. As despesas para a CULTURA que o Estado tem obrigação de cobrir não podem estar nas mãos decisórias de políticos cuja orientação obedece a diretórios partidarizados e cuja finalidade é ganhar eleições. Trocando por miúdos, isto é, ou se "cultiva" um povo secularmente imbecializado ou se entrega o mesmo povo às garras exploratórias dos grandes grupos empresariais que assentaram arraiais entre nós e que aos poucos dominam os governantes que escolhemos (enganados ou não) através do voto livremente expresso nas urnas. Não há outra solução, ou regressamos à Folha de Parra, vestimenta cultural atrófica que se manteve nos nossos "corpos" até abril 1974, ou nos revoltamos - através dos meios pacíficos que estão ao nosso alcance - contra a analfabetização que este e outros governos nos impuseram em cumplicidade com gente que só entende de economia de lucro. O atual Ministro da Cultura não tem estaleca para enfrentar o próximo desaire intelectual que se adivinha. Deve pôr o cargo à disposição do Primeiro-Ministro António Costa se o governo não lhe oferecer as condições necessárias para acudir à putativa morte do Mundo da Arte Português sob pena de vir a fazer o papel que a inocente Constança Urbano de Sousa teve perante o Portugal ardido. Como ela, o senhor Luís Castro Mendes vai pagar a fatura da ignorância ingénita nacional e tudo porque estavam no local errado e na hora errada dos acontecimentos
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