sexta-feira, 8 de novembro de 2013

o estado social não está já em putrefacção porque ainda sofre o efeito da congelação. é demais o desrespeito pelo tribunal constitucional e pela procuradoria geral da república



não sabemos como são fornecidas, via troika, as directrizes para corrigir a governação de passos coelho. mas dá para percepcionar alguns indícios. vamos tentar levantá-los. assim, e sem fugir a uma leitura subjectiva, podemos começar pelo que foi o golpe na educação. a troika-porta-voz obriga o governo a reduzir os gastos com o sector exigindo não o despedimento declarado mas o cumprimento de um contrato com exigências que desviarão do ensino dezenas de milhar de candidatos. como diz crato: "o ministério não despediu, o que existe é que para um determinado número de vagas concorreram 80 mil candidatos a mais. naturalmente que não serão colocados". a par desta estratégia a troika obriga a que o governo abra as portas ao ensino privado apoiando-o descaradamente. a legislação virá cobrir o que aqui se infere. a seguir e muito mais grave, veio a guerra contra o tribunal constitucional e contra a procuradoria geral da república. passos e durão barroso pressionam os juízes arregimentando um prazo previamente combinado. a estratégia é sempre a mesma. primeiro atacam para depois desmentir. os juízes do constitucional não são estátuas e estão sujeitos aos tratos psicológicos de qualquer ser humano. é natural que fiquem abalados pela responsabilidade do possível desastre económico que se vislumbra irá registar-se. o orçamento para 2014 é uma ofensa aos portugueses e um ataque à constituição. o esquema é simples: umas vezes é a troika-porta-voz a impor as directrizes ao governo, noutras é o governo de passos e colegas partidários na comissão europeia a tentar castrar vergonhosamente um órgão de soberania que se quer independente apesar de o seu ADN estar ferido de partidocracia. mais grave foi o que a comunicação social difundiu acerca de uma investigação a um alto membro do governo angolano  que obrigou o governo de passos a pedir desculpa ao visado antes mesmo de a procuradoria da república ter comunicado o arquivamento do processo. como é que um pedido de desculpas feito pelo ministro dos negócios estrangeiros pode vir a lume sobre um processo de averiguações que se encontra por força de lei em segredo de justiça? ao pedir desculpas pelo engano não estaria o ministro a incorrer num acto ilícito, uma vez que não tinha competência para se referir ao inquérito? como obteve conhecimento que ilibava o político angolano? e por que razão não é chamado a prestar declarações na procuradoria a fim de esclarecer o facto de estar por dentro de um assunto que estava em segredo de justiça como foi já referido? estranha-se que em vez deste procedimento o que se verificou foi o surgimento de um comunicado da procuradoria a dar por terminado o inquérito de há muito tempo atrás arquivado... acho que era uma boa altura para se saber de onde provinha uma possível fuga de informações. solicitar ao senhor machete de onde a origem da informação que o levou a referir-se a um inquérito  ao vice-presidente angolano nos termos em que foi feito aos microfones de uma rádio seria uma boa tarefa para a polícia judicária ou outra. para terminar, agora é que vão ser elas. o ministro das polícias foi aplaudido por duzentos agentes na casa da democracia na mesma bancada  onde o povo canta grândola vila morena. para se dominar o estado é preciso reduzir a assembleia da república a uma consultadoria geral do governo, os tribunais a tribunais plenários, o presidente da república a um corta-fitas e muito poder policial para calar a voz da nação. perdão, perdão, a voz dos europeus do sul comandados pelos europeus do norte...
mmb

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