segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A (RE)VOLTA DA VELHA DIREITA




A direita histórica portuguesa está de volta: o que dela resta e as crias que produziu à sombra da justa distribuição de riqueza do novo regime. Vejamos: Cavaco que chegou à democracia vindo das profundezas do Estado Novo, a quem serviu até militarmente, tem um plano. Percebeu o nosso homem que governar pode ser uma tarefa desligada das massas. Para isso torna-se necessário um bom "policiamento". Às bocas revanchistas de Passos Coelho, chega-nos a difusão caseira do dono do "Público" e o representante mais credível do capital nacional: o meu/nosso candidato é Cavaco. Porquê? Por que é o único que oferece o equílibrio capaz de fazer o país ir em frente. Ir em frente para esta direita é cortar nos benefícios que por acaso foram caindo nas esferas mais baixas da população. Cavaco tem o perfil austero para ser ele a dar corpo ao rigor com que a direita espera governar. Com o Partido Socialista a esgotar o prazo de validade junto das massas é de se aceitar que para aí venha um novo PSD. O seu líder, rapaz elegante e sábio em contas empresariais, não esteve para meias medidas: os responsáveis pelo estado caótico a que chagámos não vão ser perseguidos. Vão ser é responsabilizados pela desastrosa gestão do país. Já conquistados os parceiros internacionais para esta espécie de capitalismo há que cativar as forças militares, paramilitares, policiais e especiais de cá de dentro. Não será tarefa difícil desde que elas recebam o seu a tempo. Ora, um Presidente da direita (Cavaco já se assumiu de direita e católico actuante - a mulher também), um executivo de direita, um Parlamento de direita e os Tribunais (juízes e procuradores) já no papo por via de desaguizados com a actual política de restricção, Cavaco tem tudo para suster a Constituição e apelar ao plebiscito. Até, com este poveco talvez nem seja necessário experimentá-lo. Atenção, papalvos socialistas, a direita - uma vez tomado o poder - vai apertar-vos as miudezas até doer. Vão ouvir-se os vossos berros para além das serras do Marão. Cavaco já deu mostras de estar no terreno e a querer conquistar todo o tipo de piolhosos para ser reeleito com uma margem de votos que lhe permita gritar: deus, pátria e famíla (nesta ele até dá o exemplo). O país virou à direita, dirá. É o que lhe basta para o pôr direito - segundo a perspectiva dele. Entretanto, o pobre candidato da esquerda - ele diz-se do povo (que não quer saber dele para nada) - Manuel Alegre anda tal qual o Paulinho das feiras a berrar para o céu já que cá em baixo os que dizem que o apoiam olham para o lado quando ele passa. O PS não dá a cara com medo de ser apodado de acólito do Bloco. O Bloco diz que sim mas a medo deixa-se estar em casa a esbranquiçar os dentes e a passar a ferro as boas farpelas com que se passeia nos Passos Perdidos. O PCP que sabe que o povo não votará nele diz claramente que é preciso levar as presidenciais a uma segunda volta para naturalmente indicar o voto em Alegre. Não se percebe por que não o indicou no início? Parece que todos têm vergonha do poeta... Paulo Portas, em lhe cheirando a uma grande vitória da direita musculada, não hesitou em ir beijar a mão a Cavaco. Cavaco que ele odiava porque cheirava a esquerda e a democracia. Sim, porque Cavaco, quando trabalhava por conta de Sá Carneiro, papagueava direitos, liberdades e garantias de todas as tias do campo incluindo as de Boliqueime. Meninos da esquerda desunida, vem aí a direita ibérica, ponham-se a pau, que este para além de se enfiar pelos buracos do corpo também esfrega as costas.

mmb

sábado, 27 de novembro de 2010

QUE GRANDES FASCISTAS!!!!!!!!!!!!!!!!!




Não sei se é com a idade - 70 anos e queda na bolsa do tesão - mas o que é certo é que estou a criar uma alergia a todos aqueles que se diziam democratas e de esquerda e que agora mais não são do que exploradores das populações que por jogos de democracia acabam por representar. Continuo anti-salazarista e anti-clerical o quanto puder. Isto é, sou contra marretas e beatos que se julgam melhor capacitados para dirigir os povos, que impedem o desenvolvimento intelectual da juventude, que utilizam a censura como forma de esvasiar a criatividade das colectividades e não só. Sentia um nervoso miudinho quando por qualquer razão dava de caras com os três nucleões do Estado Novo pespegados nas paredes dos estabelecimentos públicos. Ele era as fotos do António Salazar e do Carmona mais tarde substituída por igualha e a estatueta do judeu - que o Ocidente divinizou - entre eles. A estatueta fazia parte de uma taradice do padre do regime - o risonho padre Cruz - que impos tal relíquia em tudo que fosse parede. Mas isso era o menos, pois a maioria do pobre povo português revia-se naquelas tangas e até ficava furioso se as não tivesse. O povo português não sendo de todo irracional não deixa de lá estar por perto. Digo eu que disso tenho alguma experiência. Bem, mas hoje, lembrei-me dos fiscais de isqueiro e da multa que era aplicada a quem os usasse. Não havia dúvida, aquilo cheirava a comunismo... (podem rir que eu também estou a torcer-me) quem usava isqueiros era quem fumava. Ora, para tal era preciso dinheiro para o tabaco, para a gasolina... e para o isqueiro. O povo não possuía meios para tal. O povo fumava mata-ratos e usava fósforos. Porém, certo dia o tarado de um fiscal abusador autuou um pobre camponês que estava a tentar acender o seu cigarro de rolo friccionando duas pedras. Aqueles fascistas eram impagáveis. O que se haviam de lembrar para chularem: fazes lume e és multado. Veio a democracia e acabou-se com aquela pouca vergonha. Ah, mas os democratas inventaram uma muito melhor que a dos isqueiros: passas na minha rua e tens de pagar, senão meu querido vais ter de dar a volta ao bilhar grande. As estradas portuguesas estão cheias de portagens. O que é mais lógico, é pagar-se uma licença para usar isqueiros ou termos de pagar portagem sempre que por lá passarmos: o caminho do emprego para casa e de casa para aquele? Que o leitor escolha a seu bel-prazer.

mmb

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SALAZAR ERA COMUNISTA


"MORTE AO FASCISMO" - Espera, olha que lindas fotos do 25 de Abril. Mas este que sustém o painel é aquele que ainda há pouco tempo deu origem a uma notícia escandalosa. Como assim? Então não é que este filho de puta, quando era secretário de Estado fez uma patuscada com lagosta, bons brancos e bons verdes e no final mandou a conta para a Secretaria de Estado pagar. Oh, que grande filho de puta! Olha para esta outra... "Fascismo nunca mais" - Espera, este é o tal que depois de ser ministro saltou para uma empresa que ele enquanto em funções arranjou negociatas obscurantistas. Eh, pá! Foram 48 anos de obscurantismo. Agora, não há obscurantismo. É tudo às claras. Que porra de conversa! Continuando: até a judiciária lhe invadiu a casa à procura de despojos de uma qualquer oferta de ourivesaria. Não queres ver que o sacana do Salazar, só para irritar os corruptos, pagava do seu bolso o que gastava com a electricidade enquanto foi primeiro-ministro de Portugal. Eh pá, essse Salazar não prestava para nada! era um ditador cristão. Não queres ver que ele um dia soube, através dos seus espiões, que os latifundiários não queriam que o povo aprendesse a ler e vai daí criou o Plano Cinquentenário onde obrigava a criação de escolas primárias por todo o país. Não fez mais do que a sua obrigação, ora porra. Mais, naquele tempo, apesar de os banqueiros serem uns bons filhos de puta, não assaltavam o dinheiro dos clientes como agora o fazem. Havia decoro. Agora é que me vou rir. Decoro! Já cá faltava o dito salazarista tão em moda na época. Não se podem comparar as épocas. As pessoas estão mais atrevidas e isso de roubar já não tem o mesmo significado. Roubar é, hoje, um dever de cidadania. Se assim não fosse, como é que explicas que haja gente com tanto dinheiro ganhando apenas vencimentos higiénicos. Agora por causa disso, lembro-me do que Salazar fez ao Afonso Costa, um dos tais que ajudou a pôr o país de pernas para o ar. Então o Costa mais uns tantos da sua lavra arranjaram maneira de obter do Estado reformas medonhas. Tal qual estes de hoje em dia que se apoderaram do Estado e se atribuiram reformas milionárias. Mas e depois, o que aconteceu ao Afonso Costa? Olha, ele deu o salto para Paris e lá vivia repimpadamente até que o sacana do Salazar - por decreto - retirou-lhe a choruda pensão. Era o que se devia fazer aos que trabalhando apenas seis meses em empresas do Estado conseguem uma reforma mensal vitalícia equivalente a cinco anos de vencimentos de um funcionário público de baixo escalão. Não, não pode ser! Pode, experimenta a ler o DR. Está lá tudo. Não me digas! E achas que isso vai durar muito tempo. Não, claro que não. Então, não sabes, a direita está prestes a tomar o poder e vais ver o que vai acontecer. O que é, o que é? Vai haver prisões para aqueles que não conseguirem fugir a tempo. E mortes, e mortes? Por aí, acho que não. A Igreja não vai deixar. É que ela só se enxe em tempos de paz e harmonia tal qual os comerciantes - que não os de armas. A direita é ordem, disciplina, organização, respeito pelos valores morais, policiais, judiciais, religiosos, etc. Tudo issso? Mas isso é uma ditadura! Ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah. E se Portugal sair da zona EURO? Ah, bom, isso é outra coisa. No dia seguinte teríamos um revolução sangrenta. E mortes? As necessárias para qualificar qualquer revolução de fascista. Entonces não é.
manuelmelobento

domingo, 21 de novembro de 2010

AMADO QUER SER SÓCRATES




O rapaz de Porto de Mós que Sócrates meteu na Defesa e depois enfiou nos Estrangeiros - porque pensou que ele sabia mexer bem com os talheres - meteu-se na cabeça que chegara a altura de pendurar-se no algeroz para ser ouvido. Disse ele numa altura em que Portugal está de mãos estendidas - até o execrável Ramos Horta nos quer emprestar algum - que bom seria uma coligação central. Ora, como é sabido, Sócrates que não quer saber de social-democratas nem no bidé, percebeu o que queria o antigo professorinho do Básico. Ingrato, a fazer-se para chefiar o ex-futuro Bloco Central. Pensou o caudilho português. Vai daí, coloca-o junto de Santos Silva, o matraca, melhor dizendo o eucalipto rosa que tudo seca por onde passa ou é plantado. Os dois, Amado e o matraca lado a lado a falar ao mundo bi-inteiro da globalização. Com a craca que lhe é reconhecida, o ministro da Defesa colocou o rebelde "portomosense" numa espécie de montra montada em cima de um submarino. Foi de ter dó do rapaz. Parecia uma donzela sem par num baile de debutantes. Sócrates conseguiu um executivo forte, tão forte que foi capaz de superar a tempestade económica provocada pelos Estados Unidos quando se meteram numa guerra que julgaram barata, rápida e eficaz. Não convém, agora, a Sócrates remodular o governo, por isso há que transformar Amado num bom rapaz de voltas: ora vai ali e leva as pratas do senhor dom João V , e vê se te dão o suficiente para o de comer para os próximos meses.

manelmelobento

domingo, 14 de novembro de 2010

O "IDENTIFISMO" AÇORIANO



O dr. José de Almeida na sua última entrevista (1) determinou - como tão bem sabe fazê-lo - o rumo dos que com ele saboreiam a defesa aos ataques que "ofendem a inteligência açoriana". Pedagogo, como sempre, alia o pensamento de Velho Sábio às actuais circunstâncias históricas que relegam o Portugal do passado ( multicultural e pluricontinental) para o seu estatuto actual de país real. José de Almeida inicia uma caminhada nova no pensamento açoriano que ouso chamar de "identifismo". "Já não somos Angola, Moçambique, etc... Descobrimo-nos como açorianos". Eis o salto conceptual: apesar de durante os séculos passados neste isolamento termos pensado e agido como açorianos, isso apenas quer dizer que o actual modo de pensar Açores, é a súmula dos vários sucalcos de crescimento intelectual. Para o dr. Almeida a Autonomia não passa de um dos muitos sucalcos de crescimento criados do exterior para adiar o verdadeiro assumir. Só que a direcção da Autonomia visa outros compromissos que não o sonho legítimo da realização como povo que se deseja senhor do seu próprio enquadramento no plano internacional. Enfim, uma autonomia estatutária que torna a nossa própria Autonomia refém de si própria, traduzindo o pensamento do líder histórico. Almeida faz justiça ao que de bom foi feito, sem contudo deixar de apontar para certos saltos "quânticos" que introduzidos na política regional nos impedem de criarmos organizações que nos representem. Isto é, como poderemos ser autónomos se não nos pudermos pronunciar autonomamente e livremente? Concorde-se ou não com o líder político, o certo é que se torna evidente o imbróglio criado artificialmente. É uma lacuna. E grande. Lacuna essa que traduz - e mal - o sentimento regional por uma outra realidade: a açorianidade. Polidamente, o líder açoriano, retrata uma certa comunicação social , não deixando, porém, de realçar excepções, como não podia deixar de ser. Bem, desta entrevista se pode dizer que novos rumos de entendimento se forjam nos ventos da História. Até se pode dizer, que não estivemos a dormir na panaceia autonómica que emergiu para anestesiar uns quantos em detrimento de outros.
manuelmelobento
(1) - in Revista Saber, nº. 131.
Entrevista conduzida pelo jornalista José Manuel Baião

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UM TEXTO HISTÉRICO-ECONÓMICO




Einstein tinha uma prima irmã com quem casou depois de se divorciar de Mileva Maric, a cientista que o ajudou nos cálculos matemáticos aquando da apresentação da Teoria da Relatividade Restrita em 1905. Acontece que a prima, de nome Elsa, tinha uma filha a quem o cientista procurou ensinar os segredos da referida teoria. Um dia ao perguntar-lhe se ela tinha percebido, recebeu como resposta que sim, que tinha compreendido. Depois de se apartar do padrasto a moça adulta foi dizer aos amigos que aquilo era muito confuso. O Einstein já morreu e a maior dificuldade que hoje tem a malta (em Portugal, claro) é perceber a explicação que é transmitida pelos "mídia" acerca das percentagens dos juros da venda da dívida pública. Há uns anos atrás, vivia um primo meu que quando estava com os copos tinha alguma piada. Era assim que ele respondia aos curiosos que queriam saber de que vivia: "pus as minhas dívidas a juro", respondia. Dava para rir à malta. Éramos todos uns ignorantes, pois ele estava actualizado em relação a nós, que não passávamos de parolos. Ele era um Einstein da economia.O Estado português faz o mesmo e não é governado pelo meu primo. Que diga-se em abono da verdade nunca lhe faltou o que quer que fosse. Até no tempo em que ter viatura era um luxo, ele dava-se também ao luxo de trocar de carro sempre que lhe dava na veneta. Os tempos eram outros. Naquele tempo em que o beato Salazar nos governava, a esquerda - da merda - com quem eu me dava só falava mal de tudo que havia e cheirava a Estado Novo. A televisão era uma merda. Só servia para alienar as massas. O desporto e Fátima com os touros e o fado à mistura pertenciam ao mesmo rol da merda. E hoje, o que fez a esquerda da merda às merdas do passado recente? A RTP da merda, governada pelos esquerdas da merda não só aliena este povo atolado em merda como o intoxica com anúncios. O desporto deu em Apito Dourado acompanhado pelas claques sangrentas que tudo destroem. Fátima evoluiu. Construiu nas barbas da fome social-nacional uma grande pirâmide onde os fiéis se deslocam para orarem aos pastorinhos, pagando, claro. Os fiéis estão cada vez mais crentes nesta época em que o CERN anda por aí a recriar o deus cúmplice da existência e de outros fotões. Quanto aos touros, coitadinhos. São mortos ou assassinados nas barbas da lei. E o fado? Está outra vez em todo o lado. Até já o cantam com a cabeça rapada como se tratasse de um rap cheiroso e aromático. Ai, como é que vamos perceber o que nos está a acontecer? Eu estou como a filha da prima do relativista: compreendi mas estou confuso. Que o mesmo é dizer que estou como o ministro da Economia. Como assim? Disse ele: chove, mas entre os pingos não chove. Está tudo explicado! E bem!

mmb

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FORAM-TE AO CU E DEPOIS?

Eh pá, de que te ris como um parvo? Estou a olhar para a capa do Inimigo Público. E depois, qual é a piada? A piada é a seguinte: o ministro das Finanças vai enrabar os portugueses. Por favor, explica-te melhor? Nunca te foram ao cu? Oh, que raio de conversa. Eu explico. A partir de certa idade quando nos dispomos a consultar o clínico de Família ou o outro dos que recebem o seu, ou ele nos manda pôr as calças em baixo e nos vai ao cu ou o outro também o imita. A mim já me foram ao sim senhor duas vezes. A primeira foi a solo, já a segunda foi uma "mènage à troi". Como assim? É que o médico que me metia o dedo no cu estava acompanhado por uma colega. Já percebi. Foste fazer uma análise à próstata. Ora nem menos. Claro que quem não passou pelo acto não percebe muito bem a delicadeza do Ministro. O Inimigo Público está a querer dizer que o eng. Sócrates por intermédio do seu ministro nos vai foder a todos. Com tanta recomendação para poupar na despesa, qual a razão de ele estar a gastar luvas? Também trabalhas para o Inimigo Público ou isso são já influências? Bem, vamos ao texto. Ninguém quer saber da nossa dívida. Isto é, ninguem quer comprar o que devemos para depois a vender mais caro. Caramba, a quem posso vender as minhas dívidas? Os portugueses vão entrar numa boa, pois vão poder vender o que devem a outros. Mas, acho bom demais. Existem trouxas que compram dívidas de outros? Por exemplo, se me deixares saltar para a cueca da tua irmã eu perdoo-te não só o que me deves como te dou algum para ires à matiné. É assunto para se pensar. Vês, estás já a perceber o que significa comprar as nossas dívidas. Tens de dar algo em troca. Então, quem comprar a dívida do Estado vai foder todas as portuguesas? Não meu caro. Oh! É que eles não querem as portuguesas (os que nos comprarem a dívida), pois há muito coiro entre elas. O que eles querem são valores. Nós ainda temos território para vender e muitos edifícios. Território? Olha meu caro, no princípio do século XX os portugueses estiveram quase-quase a vender os Açores aos ingleses para saldarem a dívida enorme que os afogava. Que grandes sacanas! Estás a ver não estás? Percebi. E já agora, gostaste de te terem ido ao cu? Isto é que me saiu um grande filho de puta.
Nota final: este texto surge nesta forma corriqueiro-popular porque eu não percebo nada de economia e não me ia pôr a imitar o Cavaco Silva quando dá lições aos portugueses sobre a mesma matéria. Isto é, o homem sabe tanto de economia que se não fosse ele não sei se não estaríamos agora todos de cu para o ar. E ele? Ele também, que os chineses não perdoam.
mmb

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PENSAR PORTUGAL INTELECTUALMENTE, CLARO




Quando no tempo do meu querido, bondoso e amado ditador António de Oliveira Salazar (Salazar pela parte da mãe - dona Patrocínio; leva o dona, porque eu hoje estou bem disposto) me punha a pensar no meu país (hoje possuo dupla nacionalidade - sou açoriano e português (de facto) - eu via as praias do Algarve com as bifas prontas a serem papadas, o Sol amigo e democrata (acho que era o único) a permitir aquela tonalidade de azul que nenhum outro país usufrui e que tanta inveja faz aos outros europeus e que dá ainda mais vontade de não fazer nada. Que moleza até que jogue o Benfica que aí sim a malta se empolga, grita, esbraceja, etc. Nada de política que isso era para o Grande Timoneiro - diziam que o desgraçado enjoava tal qual Octávio de Roma quando foi impedir a cópula do Marco António com a bela egípcia. O Benfica era um clube que só admitia portugueses. Aquilo sim, é que era nacionalismo. Naquele Portugal do bondoso Cerejeira tudo era proibido. Até uma simples punheta batida por qualquer desconsolada namorada dava direito a uma multa. Pequena como convém a países pobres. Certo dia parou o trânsito lá para os lados onde o Partido Socialista tem o seu palácio. O que foi, Santo Deus? Nem mais, uma mini-saia sueca estava numa passadeira para peões à espera para atravessar. O condutor do eléctrico parou o carro só para espreitar. Não foi só ele. Eu também. Olhe, meu caro leitor, não vou mentir mas de entre as pernas do condutor começou a tomar volume o falo do homem. À portuguesa, ali como é dado. E não haviam de vir (na época) as inglesas tomar pau nestas terras onde macho é cheio de tesão, embora não sabendo muito bem fazer amor, perdão foder? Havia o bacalhau do Tenreiro que diziam ser fascista, bem tal qual estes que andam por aí a esfolar os trabalhadores em nome da democracia. Ah, o bacalhau era alto e grosso. Regado com azeite que vinha das quintas dos amigos e empurrado com tintol legítimo, porra. Aquilo é que era um fascista! Belos tempos para quem tinha algum para gastar. Os que não tinham emigravam para voltar, está claro. E Fátima, terra de Fé e de negócio? A Mãe de Deus veio a Portugal numa nuvem e pousou numa oliveira para falar de política a três crianças que brincavam aos casais enquanto as cabras vadiavam. Só mesmo em Portugal onde a imaginação faz da fome um pezinho de dança. E aquela mini-saia que não me sai da cabeça. Tanto que assim era que eu - quando a mesada permitia - dirigia-me à Eva 2 que ficava no Bairro Alto e onde elas eram muito asseadas - me disponha, por uma de cinquenta, mergulhar no mercado nacional. Que era tão bom como o outro, só que mais escuro e, pagando claro. Pormenores! Nos dias de hoje, grande porra. Minino é com camisinha e são sessenta (euros-classe económica). Ou então noutras línguas esburacadas. Perdi-me neste texto e já nem sei o que queria escrever. Deve ser do tesão ou da memória dele.

manuelmelobento

terça-feira, 2 de novembro de 2010

MINISTÉRIO DA ESMOLA ou Ministério dos Pobres





Porra! Batam mais devagar. Até parecia o cobrador da luz. Vou à porta e que vejo? Uma mulher ainda nova a pedir. Você não sabe bater mais devagar? A mulher faz-me má cara. Não lhe dei esmola. Ficou furiosa. Não percebo nada disto. Quando se vai pedir qualquer coisa, penso que se deve ser humilde. Arrependi-me depois. Devia ter dado alguma coisa. Devia ter feito também um pouco de pedagogia. Mais tarde quando liguei a televisão para ouvir o noticiário deparei com uma cena triste: centenas de portugueses numa fila à espera de comerem uma sopa. Até parecia que estávamos no tempo da Iª República. Lembrava a "sopa do Sidónio". Portugal passa fome? Quem passa fome e onde? Não me parece que os que alcançaram o poder estão a perceber o que vai na rua; o que se desenrola à sua volta. Os governantes portugueses têm tido muita sorte com as centrais sindicais. Estas estão como as câmaras municipais a trabalhar para o circo. Só dão espectáculo com quem ainda tem emprego efectivo. Estamos na bancarrota e anuncia-se greves para melhorar a vida de quem não está a receber o justo salário e quer menos horas de trabalho. A greve é um direito dos trabalhadores e trata-se de um marco de referência nas democracias. Mas com gente a passar fome, não se estará a exagerar? A greve é, neste momento, contra todos os que vivem mal. Piorando a situação quem é que perde mais? Os capitalistas ou os desempregados? O governo tem-se rido das manifestações porque sabe que a maioria dos que vive mal não vê com bons olhos as exigências dos que comparados com eles "vivem bem". Os que não têm trabalho pedem-no e os que passam fome estão de mãos estendidas. A situação não transparece no discurso dos políticos. Não dá para esticar a corda muito mais. O cenário até que está bom, só que está podre. Faz-me lembrar os gritantes apoios da plebe a Marcelo Caetano para logo se seguirem os apupos e os coices na "carrinha" que o transportou do Convento do Carmo para o inferno. Os nossos políticos fragilizaram o país do exterior para o interior. E a catástrofe pode entrar por aí. Por aí, se nem temos fronteiras? Estamos rotos depois de ter estado de tanga.

manuelmelobento